terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Longe

Por vezes a beleza tem algo de trágico. Uma perfeição imperfeita, que suportamos, para podermos morar num lugar mágico. É na tentação de nos deixarmos enfeitiçar que essa magia, tecida em tempo desperdiçado, se revolta, transformando-se, até se tornar em maldição. Queremos despir-nos dela, desfazer o feitiço, mas a decisão foi tomada, não há senão tímidos remédios, para a dor que se instala. E a beleza de uma gaiola feita de folhas tenras guardará sempre uma alma aprisionada. 
Janeiro será, promessa seja cumprida, o início do antídoto para este mal de que sofro: a solidão. 

Imagem: Nanã Sousa Dias

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