sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Algo mais

© Brooke Shaden Photography
Sem mal sair de casa durante semanas, cuidando obsessivamente destas paredes e de tudo o que elas albergam, cúmplice de uma prisão que eu própria vou cinzelando, pasmo perante o sentimento de apatia quanto aos meus projectos sem alicerces, e de cujo propósito desconfio. A pergunta que apresento ao futuro - para quê? - não me traz resposta. E falta-me a paciência a que a espera obriga. Não apetece a desilusão, o desmoronamento da esperança, o eterno retorno ao optimismo, à desvalorização da vitória, à celebração do quase nada que vou conquistando, mera defesa dos fracassados. Provavelmente é apenas a falta de sol, de calor, de rua, de gente, a arrefecer-me a vontade e o ânimo. É urgente acender uma fogueira em mim, alimentá-la com algo mais do que a cinza de alguns sonhos.

3 comentários:

  1. Pois cara amiga, após uma incursão no teu espaço (pena serem tão espaçadas) eis que de novo me deleitas com a tua habitual “arrumação das palavras”. A força que nelas consegues transmitir, transcendem a simples semântica, dando-lhes significado tangível a qualquer Ser Humano; tudo, através de palavras simples.
    Desejo, sinceramente, que consigas reacender a tua fogueira, confortando-te, jubilosamente o ânimo. Bem o mereces!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada pelas tuas palavras gentis, amigo Zé. Quanto a vires aqui, ora essa, se nem eu me sinto na obrigação de escrever regularmente seja onde for, imagina o que posso esperar dos meus leitores! A fogueira vai sobrevivendo, com maior vontade, felizmente. Um grande abraço cúmplice.

      Eliminar