quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Impossíveis

Porque é preciso acreditarmos em impossíveis.
Deixem carregar, vejam até ao fim e deliciem-se. Vale a pena! São 7 minutos de magia pura, na fachada da loja LG Optimus, em Berlim.

sábado, 24 de novembro de 2012

Gratidão

Porque infelizmente tendemos a esquecer o mais simples, que a vida vos inspire, sempre :)

Filho

Parabéns, filhote, continuas a ser a melhor coisa que me aconteceu. Daqui a um ano certinho atinges a maioridade. Dá para acreditar? Para mim hás-de ser sempre assim, nos meus braços.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Até quando?

Mau...
É a balança da cozinha que fica sem pilha, antes de eu fazer biscoitos: sei lá eu onde encontro uma pilha daquelas, que parece uma moeda de 1 euro. 

É o radiador a óleo que morre, sem aviso; agora que apetece um quarto morno antes de deitar. É deitar num quarto frio, até.

É a torneira do duche que avaria e que precisa de ser substituída; toca a tomar duche na casa de banho do rés do chão, até.

É o forno que avaria e que parece estar em auto-gestão, ignorando programas e instruções; agora que chegou o frio e apetece usá-lo. E assim irá manter-se, até.

É o chão de tijoleira da sala que levanta, devido às águas da chuva que se infiltram; o chão da minha sala tem agora uma bolha de tijolo e sabe-se lá se não decide piorar. E assim ficará, até.

Podiam ser problemas piores? Podiam. Mas para serem assim, mesquinhos, não podiam ter-se enfiado num buraco, bem longe, e deixado ficar? Assim, já chateia.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vidas


Não me digas a verdade, não ma recordes. Hoje eu sei, juro-te que sei, pois o tempo também passou por mim. Tardou, mas passou. Estavas a ver que eu nunca mais crescia! Pudera, não tínhamos tempo. É preciso muito maior quantidade de tempo para crescer.
Agora tenho imenso tempo. Sou uma ilha rodeada de tempo por todos os lados. Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida dura uma eternidade. Temos tempo para demolir todas as nossas certezas, para perdermos o chão muitas vezes, para vivermos várias vidas. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Parabéns, José

José Saramago faria hoje 90 anos de idade. Para festejar a data,  comprei uma edição recente d' O Ano da Morte de Ricardo Reis, livro que li emprestado há muitos anos e que ainda não tinha.
Parabéns, querido José. Por aqui, continuamos a celebrá-lo através da herança generosa que nos deixou.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Microficções


O que me saíu em mais um desafio de Escrita Criativa (máx. 150 caracteres, em cerca de 40 minutos, com pausa para cafezinho)
Tema: O homem da horta urbana

1.
Mudo, S. Peach compôs 1 horta de palavras. Aos cantos, adubou gritos; em vasos, o sangue dos discursos mais fluidos; em estufas o calor de aplausos. Tornou-se líder e salvou a urbe.

2.
O mago enlouquecera: da sua horta saíam cenouras de açúcar, beringelas de amora, coentros de cacau, aipos de mel...só dava para pratos agridoces. O povo já andava enjoado.

3.
Cansado de tanto desânimo, o druida pegou na foice e plantou rebentos de visões, sementes de dinamismo e bolbos de ventura. A urbe explodiu em produtividade e a economia cresceu.

4.
- Mas mataram-no porquê?
- Para lhe sacarem a galinha.

Ao plantar a sua horta, Gastão, o Sortudo, acertara em feijões mágicos, subira o caule e trouxera a galinha dos ovos de ouro.


EXPERIMENTEM! É TERAPÊUTICO :)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A MINHA PRÓXIMA OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA

Considerem-se convidados! :)
Para quaisquer informações adicionais e para efectivar a vossa inscrição, por favor contactem-me para o email incluído neste cartaz. Metade das vagas já estão preenchidas :)

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Pessoa

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada. 

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. 


(ÁLVARO DE CAMPOS, excertos de "Tabacaria", 15 de Janeiro 1928) Para ler todo o poema, vão aqui a  
Pessoa de A a Z

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Casa da Lua

Faz hoje 6 anos que nos mudámos para a CASA DA LUA. Aqui, uma amostra das quatro  estações neste pequeno paraíso, com o filho Hugo (o Gastão ao colo, ainda cachorro) e os primos Micas e Sebastião.
 



domingo, 4 de novembro de 2012

Dédalo

                                                                                            Jacek Yerka

Dédalo
É agora, ébria de mim
O momento de ser eu
Sem erro nem desvio
Sem destilar
                 a
                     minha
                             dor

Ser eu, mais ninguém
A morder a mágoa de mim mesma
Sem cinto nem travão
No impulso etéreo
Que me
            leve
                aonde
                        for

É agora que choro, sem crosta nem escudo
Que verei quem se encontra
                                                 em
                                                    mim

Onde estou eu, quando me revelo?
Por onde vai o meu ser verdadeiro?
Sem firmeza, sem crença
Denúncia ou enleio
Para onde vou,
                        enquanto
                                  caio?

Um cintilar diminuto, entre o brilho das estrelas
Sombra, suspiro, um encolher de ombros
Que me apaga
Onde estou eu quando entro em mim?
Porque me apago, se
                                de
                                    mim
                                          saio?

Pudera eu iluminar-me
Sair do dédalo que inventei
Por onde sempre andei
E mais
          e
          mais
                 desconheço

Ainda sou
Um desperdício dilatando-se
Um lamento demorado
No exterior das minhas sobras
Se vivo na réstia das noites
Para onde vou,
                      quando
                                a
                                  dor
                                     meço?

Amanhã irei negar
O pranto dos meus versos
Nas palavras embriagadas
Na tontura de quem se perde
Na lonjura 
               do 
                  que é 
                         perto

Sou eu, ninguém
A minha própria tortura
O reflexo da vergonha
Escrito em letras de pó
Revelação oculta, suspensa
Em paredes
                  de
                      ab
                          sinto

Até ao dia em que saiba dar comigo
Até ao dia em que
Eu seja quem sabe aonde vai
Quem tem a sua senda
Mas hoje
Neste hoje eterno
Mais não sou
                    que
                       labirinto.

sábado, 3 de novembro de 2012

Finish This Book

Neste fim de semana em que sou apenas eu, a chuva e os meus cães, é o momento certo para resgatar projectos abandonados. A paralisia a que votei os personagens das minhas histórias envergonha-me. A poeira acumulada entre capítulos pesa-me na consciência. É preciso terminar o que iniciámos. Chegar ao fim da corrida, mesmo que sejamos os últimos. Mesmo que não haja espectadores nem aplausos. Na meta, à nossa espera, teremos o sentido de um dever cumprido. Uma história que terá, ao menos, pés que farão o seu caminho e membros que irão envolver-nos num abraço e dar-nos um pouco de paz.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A nossa Casa

Dizem que não devemos regressar aos lugares onde fomos felizes. Mas a casa onde passei os verões da minha infância está assim, mais bela do que nunca. E os meus pais vivem dentro dela. Abençoados sejam, por cuidarem deste lugar assim. Aos meus pais, a minha gratidão.