sexta-feira, 28 de junho de 2013

Criar um site

Por sugestão de uma amiga, que costuma visitar este blogue e que em boa hora se lembrou de me desafiar para criar o inevitável site, ando, desde ontem de manhã, às voltas com a WIX.COM. O novo site está quase pronto a publicar. Dizem que é fácil, que é fácil, mas dá uma trabalheira danada. Sê-lo-à para quem sabe, é evidente.
Temos de nos ir actualizando, e aproveitar as mil formas que existem disponíveis hoje em dia para estarmos no mundo. 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Rilke

45

Que luz terá o condão
de nos restituir o mundo?
Ou é, antes, a nova
sombra, suave e assustada,
que a ele, mais uma vez, nos une?
Ela, que tanto connosco se parece —
como nós, volteia e sobressalta-se,
em torno de um estranho apoio.
Sombra das folhas frágeis,
caídas no caminho e no prado,
aceno inesperado e próximo
que nos adopta, como seus, e
nos chama pra novíssima claridade.

(de 'Vergéis', in 'Frutos e Apontamentos', Relógio D'Água, 1996, Trad. Maria Gabriela Llansol)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Excessivamente nós

Há um excesso de tudo que me cansa, a banalização do que era único. Famintos, acabamos num imenso desperdício, enquanto a sabedoria nos chega reproduzida, até ao infinito, em frases dispostas em verso na forma de pps, ou colada em quadradinhos virtuais, enfeitada com aspas e nomes famosos, para que nos sintamos seguros. Perdemos a noção da verdade, a linha que a separa da mentira infinitamente duplicada. Palavras, imagens, sentimentos de alívio, revolta, alegria, nostalgia...confissões de estados de alma, dos gestos de todos os dias, do que comemos e bebemos, o registo das nossas horas, da respiração, dos anseios e dos medos...a partilha, sempre a partilha de tudo junto de todas as almas disponíveis e, não esqueçamos, a divulgação de tantos projectos, tantos que é para qualquer um impossível a todos socorrer: Vejam o que eu sou capaz de fazer, Venham, aplaudam-me, preciso de alguém - dizemos -Venham dar sentido aos meus passos.
E pelo meio do exagero de tudo o que foi partilhado, ainda vão cintilando algumas pérolas de luz, que se destacam entre o caos. Serão as mais certas? Não sei, já não sei nada, ando perdida nesta imensidão. Será que estamos mais juntos, realmente? Ou será que, de tão sós, como náufragos, nada mais nos resta do que ir devassando intimidades, enquanto buscamos salvação?

domingo, 23 de junho de 2013

Petisco, lua e amizade

Uma lua fantástica, morcelas da Marinha Grande, um excelente vinho e da companhia nem se fala. Uma tarde e um serão muito, muito bons. Obrigada, Carlos e Teresa! Que haja sempre pretexto para os encontros.
                     

sábado, 22 de junho de 2013

batota

Eu sei, é batota, mas disse a mim mesma que não iria falhar um único dia de blog desde 1 de janeiro e só tenho isto.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

James Gandolfini

Morreu ontem, aos 51 anos, em Roma, de ataque cardíaco (atrás de um imenso prato de esparguete, será?). É caso para espanto? Claro que não. Mas que se perde mais um actor "de peso", sem dúvida. E é uma pena.

ooooooooooomm...

E porque não vos quero maçar contando o dia de puro stress que tive hoje com o meu marido, a tratar de cinquenta mil documentos para que ele possa ir em Julho tocar por alguns dias a  Luanda (registo criminal, vacina da febre amarela, fotocópias e comprovativos para justificar a existência e acções desde a unha do pé à raiz dos cabelos - já grisalhos - e suspeito - irão branquear um pouco mais depois do dia de hoje)...
...deixo-vos, como um auto-momento-Zen, um poema de José Luís Peixoto, a ver se desintoxico da poluição sonora e atmosférica, do stress e, sobretudo, me esqueço da incompetência que abunda um pouco por todo o lado.
                       
                                   

Explicação da Eternidadedevagar, o tempo transforma tudo em tempo. 
o ódio transforma-se em tempo, o amor 
transforma-se em tempo, a dor transforma-se 
em tempo. 

os assuntos que julgámos mais profundos, 
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis, 
transformam-se devagar em tempo. 

por si só, o tempo não é nada. 
a idade de nada é nada. 
a eternidade não existe. 
no entanto, a eternidade existe. 

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos. 
os instantes do teu sorriso eram eternos. 
os instantes do teu corpo de luz eram eternos. 

foste eterna até ao fim. 

José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Mariquices


                                                                                                     
Compondo um pseudo-livro para organizar alguns dos meus poemas, acabei de descobrir uma mariquice do Word, com símbolos que me haviam passado ao lado. Eis alguns dos meus preferidos, entre as muitas opções. 
Compõem cantos de página e tudo, estão a ver? 
Para a capa, por exemplo.
Adoro estas coisinhas que, na verdade, não mudam nem acrescentam nada, mas ao menos enfeitam as nossas palavras.
     
                                                                                                    
Outros exemplos:


 

Gostaram? Eu cá acho o máximo.
Enfim, mariquices.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Poemas

Ando às voltas com os meus versos, que não param quietos. Sempre que nos encontramos, tal como acontece com a prosa, lá vai uma mexidela aqui, outra acolá. A cada retorno, novas mudanças. Será que sou só eu, ou isto é normal? Que canseira. decididamente, não somos os mesmos todos os dias.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Três desejos

 Foi preciso chegar a esta idade para provar os famosos gelados Santini. A minha "bucket list" é longa, inversamente proporcional à dimensão patética da minha experiência de vida. Enquanto aguardávamos a vez na fila de espera, os amigos iam-me sugerindo alguns dos sabores mais apetecíveis. Já próximo do balcão, a Lia teve a infeliz ideia (risos) de me ler a lista com todos os sabores. Foi uma angústia. Como é que é possível escolher, vá, apenas três?! Como?! Qual criança que acaba de conhecer o génio dentro da lâmpada, atingi (cedo de mais) aquela espécie de doce altar e escolhi, entre suspiros de quem se sente tragicamente dividida, os meus três desejos, fazendo aumentar, com a demora, a fila de peregrinos atrás de mim...

meloa

morango com manjericão

avelã

...e foi um copo de céu.

Para a próxima (espero que EM BREVE), vão estes. 

domingo, 16 de junho de 2013

Home, o filme

Um presente para este domingo. Desculpem não ter código incorporado, mas essa função foi "desactivada a pedido". Cliquem no link, ponham o som alto e o ecrã inteiro. vejam com tempo. Enjoy :)
http://www.youtube.com/watch?v=eoto5FC4gsM

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ainda a escrita

Ainda em modo de escrita, na minha ilha. Sim, é minha, para já, porque fui eu que a inventei. Aqui vão alguns dos seres e elementos que a habitam. Talvez só consiga publicar este livro a partir do momento em que terminar a escrita dos 3 volumes. Quem sabe? Não tem sido fácil, confesso. E eis que, em vez de desanimar, me deu para regressar à escrita com todo o entusiasmo. Há coisas assim, paradoxais, que é melhor nem tentar compreender. Talvez escreva agora pelas razões mais certas. Sem expectativas. Escrever, por escrever. 



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Escrita e golfinho azul




Em modo de escrita: o 2º volume de uma trilogia em que trabalho desde 2002, com longos períodos de pausa. Mas quando me ataca, é com força. O dia terminou com um jantar delicioso no Restaurante Golfinho Azul, em S. Lourenço e a excelente companhia da Mena que, no seu jeitinho despreocupado, é uma das melhores anfitriãs que conheço.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Assim não

Uma manhã cheia de sonhos sem sentido, um despertar contrariado, um filho que se foi embora, um lagarto que ficou sem cauda mas a salvo, os cães presos em casa até o lagarto fugir, um livro que avança devagar, perguntando-me Para quê, contos de Alice Munro, que me atiram para uma outra vida, perninhas de frango de uma maneira qualquer e as respostas e soluções que nunca mais chegam. E esta coisa estúpida de ter de continuar a respirar e a fazer não sei o quê nem sei como.
Que haja um outro amanhã qualquer melhor do que isto, por favor. 
Procurando uma imagem que ilustre este post, escrevo no Google "Tristeza" e dou comigo mesma, na 19ª imagem, fotografada pelo Nanã, publicada no blogue de uma Madalena. E encontro nessa coincidência, de ilustrar a tristeza dos outros, um triste consolo.
Agora os cães uivam ambos, lá fora, e o que me apetecia mesmo era uivar com eles. 

domingo, 9 de junho de 2013

Jamie Oliver

O meu filho anda viciado na culinária do Jamie Oliver. Agora come courgettes, beringelas e pimentos. Quer experimentar (e experimentamos!) muitas das receitas do homem que luta pela comida saudável no programa/missão "Food Revolution", que levou para os EUA, onde encontrou uma inevitável resistência,desde as rádios locais até à cantina das escolas. 
Uma maneira saborosa e criativa de tentar salvar vidas e melhorar a qualidade de vida das populações. A sua "agressividade" e determinação são capazes de ser algo irritantes, mas que outra forma haverá de fazer uma revolução? 


sábado, 8 de junho de 2013

Home

Hoje vi, no Canal Odisseia, uma parte do filme maravilhoso do fotógrafo Yann Arthus-Bertrand, intitulado "Home" (2009). É um "wake up call", que contou com inúmeros apoios. A realização é espantosa, tal como a narração e a banda sonora (esta de Armand Amar). Bertrand viajou, ao longo de vários anos, pelo mundo inteiro, sobrevoando de helicóptero o que o planeta Terra tem de melhor...e de pior. A não perder.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

7 chaves

Quando julgamos já ter aprendido a fechar os sonhos a sete chaves, para que não tornem a fazer-nos cair em tentação, eis que conseguem escapulir-se, mais uma vez, pondo na boca dos sonhadores duas das suas palavras preferidas, rematadas pelos mais atrevidos sinais que lhes pontuam o pensamento:

E se...?

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Smooth FM

De vez em quando descubro a pólvora e fico toda contente com pequenos tesouros que, provavelmente, há muito foram descobertos por milhares de pessoas mais actualizadas do que eu, o que de resto não é difícil, uma vez que eu ando sempre a leste do paraíso.
Navegando nos menus da minha nova Meobox, agora com o M4O, dei com os postos de rádio e com esta em particular. Afinal, existia uma rádio, vá, 90% à minha medida e eu não sabia. Melhor do que isto será impossível. E acabou-se o tormento de andar sempre a mudar de frequência, para acabar por soltar um Grrrrr...! frustrado e desligar; aliás, há anos (tantos que não me atrevo a dizer) que não tenho o hábito de ouvir rádio. Tinha desistido.
A wikipedia diz-me que é uma "réplica" da inglesa "Smooth Radio", que também existe na Escócia e na Austrália.
E olha, quando menos esperava, vou lembrar-me de ouvir rádio outra vez.
Frequência: 103.0 (Lisboa)
Site, com emissão online AQUI

terça-feira, 4 de junho de 2013

The Best Exotic Marigold Hotel

Já viram? Maravilhoso, este filme: casting, realização, argumento, tudo muito bom. É de 2011.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

De regresso

AVISO: hoje não tenho ficção nem poesia, nem música nem cinema....
Hoje só tenho a realidade chata e terra-a-terra da vidinha:
Cinco dias sem internet. Os amigos querem saber se estamos vivos. Se estamos bem. Por que razão "desaparecemos". 
Agora sim, tudo funciona. Telefone fixo. Nova MeoBox, com todas as mariquices dos tempos modernos, inclusivamente recuar uma semana na programação. Internet. Novo router (ficámos a saber que a razão de o nosso velho router falhar tanto era, afinal, de ordem biológica e não técnica: tinha verdete! Musgo nos fiozinhos da caixa exterior! Ah, os encantos da vida campestre, com a maresia da Ericeira. Diz que agora não acontece o mesmo: colocou fios de gel e mudou a fechadura.). Os telemóveis? Só depois de serem desbloqueados, para podermos fazer a portabilidade do número. Maneiras que regressámos ao mundo, bem apetrechados.  
Lei de Murphy: claro, avariou-se o frigorífico. Espantei-me, eu? Nem por isso. É sempre assim...