quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Pessoa

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada. 

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(...)
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. 


(ÁLVARO DE CAMPOS, excertos de "Tabacaria", 15 de Janeiro 1928) Para ler todo o poema, vão aqui a  
Pessoa de A a Z

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