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Vista do meu "escritário", hoje |
Só tenho chuva, da minha janela. O momento da fotografia passou, agora tudo é escuridão. Apenas o tic-tic espaçado do aquecedor minúsculo ao meu lado, acendendo e apagando à mercê do termóstato, o ping-ping-ping da água tombada dos céus, o vento a varrer o vale, a lâmina gelada entrando pela frincha da janela tosca Os cães deitados, no silêncio do ócio, vida de cão. E os meus dedos sapateando no teclado, uma das mãos fria, a outra quente, vá-se lá saber porquê, talvez por ser a do lado do coração, também nós à mercê da termostática, a acender e a apagar.
É hora de fechar as portadas, cerrar os olhos da casa, a abreviar o frigidez da estação. Lamento não poder cerrar as portadas do tempo, para abreviar o meu inverno.
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