segunda-feira, 19 de julho de 2010

Pose e posse

Será que andamos todos a viver acima das nossas posses, trocando a posse pela pose? Às vezes penso que vivemos todos uma imensa mentira e, numa espécie de masoquismo requintado, recordamos, por vezes, os nossos simples ideais (aqueles que não são feitos de compensações, mas de uma matéria mais pura), e damos por nós a suspirar ou a chorar, cheios de uma triste autocomiseração. Não são apenas os carros pagos em leasing, as prestações altíssimas da casa, as contas, as roupas de marca ou os juros dos cartões de crédito: é também a pose falsa do amor perfeito, da vida quase perfeita - a fachada que todos insistimos em mostrar ao mundo que exige tanto de nós. Que possuímos nós verdadeiramente? E o que temos nós que seja verdadeiro? Quanto da nossa vida é uma ilusão? Sim, há dias em que penso isto: que somos uma cambada de astutos ilusionistas.

1 comentário:

  1. Há um poema de uma canção cantada em inglês, por uma jovem cantora que fala exactamente neste aspecto das nossas vidas. Adoro cantarolar o refrão quando ouço a canção. Nunca soube qual era a canção nem a cantora. Só sei cantarolar o refrão que agora só me lembro que diz qualquer coisa como "nothing i have is truely mine".
    Eu não vivo de aparências por isso só tão equacionada.

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