Despojos antigos
«Enterro no chão a multiplicidadede despojos antigos.
São de pedra como as casas envelhecidas
onde as teias roçam todas as traves
e se cruzam com a poeira dos móveis.
São lobos vagueando pela noite
a farejar insónias.
São raízes enredadas nos artifícios
da idade, nas preces de cada dia,
nos retratos de família.
Procuro agora a fonte mais distante
para inscrever na água corrente
a sublime nudez da juventude.
E alinho contra os muros
os sonhos que morreram no meu peito.»
GRAÇA PIRES
De Uma claridade que cega, Poética edições, 2015
Para mais, aceda ao blog ortografia do olhar
Obrigada, miúda. Obrigada por divulgares. Obrigada pelo carinho.
ResponderEliminarBeijos.
Ora essa, o que é bom é para partilhar, um dos meus lemas. Só não o faço tantas vezes como deveria. Beijos, Graça.
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