Hoje, no Dia Nacional do Mar, deixo-vos com um poema que o protagonista do meu novo romance escreveu, na varanda da sua casa, enquanto pensava em Maria, uma bela mulher, muito ligada ao mar.
(Para ler com uma valsa)
Maria
Ao mar iria,
Mas o mar ia mareá-la.
Sem ti,
Ela sentiria
Um lamento que vem agitá-la.
No rosto grita a lágrimas
Secá-la, ela recusa.
Quer o sal que a enviúva
Salvador do seu desgosto.
Por ela chama o pescador
Ao ver as ondas de uma mulher,
A brisa leva-lhe os desejos
E a veste em espuma de beira-mar.
Ao mar iria,
Mas o mar ia mareá-la.
Sem ti,
Ela sentiria
Um lamento que vem agitá-la.
No rosto grita a lágrimas
Secá-la, ela recusa.
Quer o sal que a enviúva
Salvador do seu desgosto.
Por ela chama o pescador
Ao ver as ondas de uma mulher,
A brisa leva-lhe os desejos
E a veste em espuma de beira-mar.
Pesca a dor nas tuas mágoas
E emudece a saudade vã;
Que só a idade do teu ofício,
Enredada em sacrifício,
Em mãos vazias sabes calar.
E emudece a saudade vã;
Que só a idade do teu ofício,
Enredada em sacrifício,
Em mãos vazias sabes calar.
(in «Entre mulheres - diário de um lisboeta», pp.200-201, Poética edições, 2018)