sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Rosário Ferreira Alves

Sai amanhã e eu terei a honra de apresentá-lo, na LER DEVAGAR, (Lx Factory), em Lisboa.
dia após dia
a noite
a equilibrar-se na corda bamba
da tua voz
-
nas mãos transportas as candeias
que me pendem do olhar

eis um tempo esquartilhado
com a fundura de uma dor cavada
em túneis sob a pele
-
debruado com as tuas raízes de árvore
e ramos maculados de sal

o ar
não te tem sido de fácil digestão
-
ao tempo de inspirar
as pálpebras caem
com estrondo sobre o rosto

e não há lugar sob as unhas
para guardar os sóis de outras primaveras

depois que a rede me seja cama
aguardo-te
do outro lado da corda

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