dia após dia
a noite
a equilibrar-se na corda bamba
da tua voz
-
nas mãos transportas as candeias
que me pendem do olhar
eis um tempo esquartilhado
com a fundura de uma dor cavada
em túneis sob a pele
-
debruado com as tuas raízes de árvore
e ramos maculados de sal
o ar
não te tem sido de fácil digestão
-
ao tempo de inspirar
as pálpebras caem
com estrondo sobre o rosto
e não há lugar sob as unhas
para guardar os sóis de outras primaveras
depois que a rede me seja cama
aguardo-te
do outro lado da corda
Sem comentários:
Enviar um comentário