O teu silêncio
Uma
taça onde cabem todas as palavras
que
não dizes.
Nela
guardas a muda censura,
A dizer o pardo infinito,
Pleno
de abstracta incerteza
Tanta,
que não cabe na minha mão.
De
repente, falas,
E
cospes e gritas.
E
na tua voz se quebra
o
consolo do mutismo
Onde
tudo podia ser,
Até
as palavras mais doces.
E
o silêncio, que era pardacento,
A abreviar as nossas mágoas,
Sem
nome nem lembrança,
É
agora raiva escarlate,
Embutida
nos teus vocábulos.
Foi-se
o silêncio.
E
quando regressa
é
tarde:
Na
taça de ambos
Apenas
cabe o arrependimento.
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