quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Luísa Cortesão

Uma fada fechou as asas para sempre. Uma fada irreverente, dedicada a causas pelas quais vale a pena lutar, imaginativa, talentosa. Partiu aos 65 anos. Uma fada velha, portanto. velha como ela própria fazia questão de se autodenominar. Resta o consolo de imaginarmos que a Luísa, lá onde estiver, irá deixar as suas mensagens e o encanto das suas ilustrações, quiçá nas estrelas ou no fundo do mar.








Para conhecerem melhor Luísa Cortesão, voem até aqui

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Ar

Por onde ando eu, que não me encontro?
Perdida algures, em linha recta, curvada perante o que tem de ser.
Para quando o ser de mim? A leveza da liberdade, a fim de me erguer do chão e...

                                                                  r?                                                              
                                       a
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Blog versus Redes Sociais

Venho aqui confessar algo que ando para admitir há um tempo. Salvo um ou outro texto inédito, aquelas pequenas prosas espontâneas que aqui venho deixar, não há muita diferença entre isto e o que publicamos no facebook ou no Twitter. Habituámo-nos a partilhar Arte, lugares, recordações e nostalgias, receitas, aquisições, projectos e sonhos, apelos, raivas, indignações (alguns até poemas inéditos), bem como homenagens a terceiros, do foro privado ou figuras públicas, medos, alegrias, dúvidas existenciais, humores vários, inclusive o bom: o bom-humor que, graças a deus, não nos vai faltando e ainda é de graça.
E afinal, para que servirá o blogue, se aqui abaixo há uma aplicação para partilhar aqui e ali, o que faço quase sempre, no facebook, aquela festa onde todos se encontram e que é, afinal, onde me lêem na maioria e deixam comentários?
É isso. Para quê alimentar outra casa?
Tirando esses textos inéditos, o fundo negro, a casa decorada e arrumada como eu bem entender, a morada distinta, que posso divulgar com facilidade, tirando a ilusão de intimidade, de montra "a solo", tirando ser sempre uma janela aberta para o mundo, sem bloqueios, o aspecto atractivo da página privada, a organização das mensagens por calendário e em etiquetas, tirando, ainda, ser um canto só meu, onde me encontram a sós...bom, com tantos "tirando", talvez ainda valha a pena.
Será? Digam-me vocês. A ironia é que, para conseguir alcançar mais leitores, vou agora fazer o quê, adivinham? Pois é, partilhar isto... na minha página oficial do facebook, e também na privada que, oh, ironia!, tem mais reacções.
Era a isto que eu me referia.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

À sua custa

Adoro os títulos intermináveis de livros seculares como este, do séc. XVII, verdadeiras sinopses cheias de graça. Reparem no pormenor da expressão "á sua custa", equivalente à actual "edição de autor".

Dialogos de Francisco de Moraes, autor de Palmeirim de Inglaterra. Com hum desengano de Amor, sobre certos amores, que o Autor teve em França com hu[m]a dama Francesa da Raynha Dona Leanor. Offerecidos a Gaspar de Faria Severim Executor môr do Reyno, &c. - Em Evora, : por Manuel de Carvalho, & á sua custa, 1624. - [3], 47 f. ; 8º (25 cm)"Com as licenças necessarias". - Barbosa Machado 2, 209

sábado, 16 de janeiro de 2016

Haley Tuck

Conhecem esta versão do tema dos Maroon 5? Uma pérola com gostinho de coisas antigas. No próximo dia 23 Haley Tuck virá ao CCB, com Sarah McKenzie. Bom fim de semana, sim?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Adeus, Bowie

Estes videoclips fizeram parte da minha adolescência. Eram das músicas que no verão, na discoteca Belle Époque, em Sesimbra, me puxavam sempre para a pista de dança. De tal maneira David Bowie se transformava, que muita gente o deve ter visto em vários filmes sem o reconhecer, tal como em "A Última Tentação de Cristo" (1988) ou "O Grande Truque" (2006)



sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Barbara Hannigan

Maravilhosa, a Barbara Hannigan. Canadiana (n. 1971), soprano lírico, expoente na ópera contemporânea, bailarina, actriz, uma espécie de super-mulher. Sou fã. Obrigada por esta descoberta, Nanã. Oiçam-na, vejam-na e deliciem-se como eu.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Só a chuva

Vista do meu "escritário", hoje
Só tenho chuva, da minha janela. O momento da fotografia passou, agora tudo é escuridão. Apenas o tic-tic espaçado do aquecedor minúsculo ao meu lado, acendendo e apagando à mercê do termóstato, o ping-ping-ping da água tombada dos céus, o vento a varrer  o vale, a lâmina gelada entrando pela frincha da janela tosca Os cães deitados, no silêncio do ócio, vida de cão. E os meus dedos sapateando no teclado, uma das mãos fria, a outra quente, vá-se lá saber porquê, talvez por ser a do lado do coração, também nós à mercê da termostática, a acender e a apagar.
É hora de fechar as portadas, cerrar os olhos da casa, a abreviar o frigidez da estação. Lamento não poder cerrar as portadas do tempo, para abreviar o meu inverno.