terça-feira, 23 de agosto de 2016

De férias

Este blogue foi de férias e regressa no dia 5 de Setembro. Até lá, fiquem bem e votos de coisas boas.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Vida silvestre

Estendo a roupa sob o canto dos pássaros, roupa lavada cujo amaciador me transporta para um campo de girassóis ou de uma qualquer flor silvestre, com cheiro a liberdade.
Trabalho no pequeno escritório com vista para o vale, tudo verde, azul e branco à minha esquerda, o resto são livros; de frente o serra da estrela deitado, sob a janela de rede que emoldura o pinhal, a poente.
E é daí que chegam os meus vizinhos, do pinhal, da Casa do Segredo para a Casa da Lua, a entregar-nos morangos tardios para a estação, acabados de colher.
Faço uma máquina de loiça, engano um almoço, também ele tardio, com um copo de leite e bolachas, antes de subir de novo ao escritório. Os cães sempre colados às minhas pernas, como sombras arfando.
Faço nova pausa no trabalho de revisão literária, um livro que fala dos astros, das conjugações do universo celeste, a fazer fé na fé do leitor que usa a astrologia como bússola, para que a sua vida não seja perdida em deserto.

Desço as escadinhas de madeira e faço um café na chávena de barro e pequena flor, gravada com o nome "Casa da Lua".

O sol deita-se na perfeição da tarde, enquanto eu regresso ao texto por rever. Os cães dormem. O meu frigorífico cheira a morangos e a roupa, ao vento, liberta o cheiro das flores silvestres e este vai, numa serpentina perfumada, ter com a planície e os pássaros, que durante todos os meus gestos nunca deixaram de cantar.
Tudo é entardecer, mas nada é demasiado tarde, por mais tardios que sejam os meus dias.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Escritor-fantasma

E se alguém lhe disser que Alexandre Dumas (pai) não foi o único autor das obras «A Rainha Margot», «Os Três Mosqueteiros» ou »O Conde de Monte Cristo»?
E se alguém lhe disser que Alexandre Dumas (pai) não foi o único autor de obras como "A Rainha Margot", "Os Três Mosqueteiros" ou "O Conde de Monte Cristo"?
Existiu um homem por detrás de uma grande parte do legado literário deste autor célebre: um homem apagado (ao contrário do caráter forte e cativante de Alexandre) que ajudou Dumas no enredo, no esboço de diálogos e na construção de personagens. Esse homem chamava-se Auguste Maquet. A pedido da editora de Dumas, Auguste abdicou do seu nome nas peças de teatro e romances nos quais colaborou, em troca de somas avultadas de dinheiro. A verdade soube-se após a leitura do testamento de Auguste, que aí revelou o seu segredo. O filme O Outro Dumas (2010), protagonizado por Gerard Depardieu (Dumas) e Benoît Poelvoorde (Maquet) conta parte da vida do assistente/escritor e da sua relação com Alexandre Dumas, que durou 18 anos.
Para saber mais acerca de
Auguste Maquet, clique no nome.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Entre uma coisa e outra

Entre uma revisão de mais de quatrocentas páginas, a entregar no fim do mês, e um livro meu que se recusa a chegar ao fim, entre o desejo de passar estes dias de verão matando saudades da família e dos amigos, os convites para jantar e a urgência de ir lá fora ter com o sol, entre a mera preguiça e o justo cansaço, tenho deixado ao abandono este blogue. Em segundo lugar do Top 5 continua a borboleta do Cristiano, o que me faz sorrir. Em primeiro o poema da Ericeira, a fazer sentido.
E hoje, batota pura, escrevo esta linhas para dizer que escrevi alguma coisa, só para lançar uma pedrinha nas águas paradas deste lago negro.