Revisão literária, reescrita de tantos textos, tantas páginas escritas por terceiros. Têm sido assim os meus dias, as horas centradas nos livros dos outros, sem direito para o que é meu. O ofício em primeiro lugar. Em primeiro lugar o sustento. Para segundo plano os caprichos. Quase, quase um dever cumprido. Logo virá o tempo da escrita. Sem desculpas. Sem mais adiamentos. É urgente escrever para mim, terminar o que inaugurei há treze anos. Nem que seja para ter paz. Quase. Quase a tocar nesse tempo com a ponta dos dedos. O solo ressequido aguarda. Em breve poderei revolver os torrões de açucar mascavado. Sentir, de novo, o perfume natural das minhas próprias palavras. Sob a pá que a mulher enterra, junto àquela árvore, bem que podiam estar as minhas pobres personagens, que há tanto tempo aguardam, paralisadas em silêncio. Esperem, só mais um pouco, tenham só mais um pouco de paciência. Em breve irei socorrer-vos, enfiar-me na terra convosco, a buscar as raízes que deixei para trás.
Que essas revisões corram bem, Vera.
ResponderEliminarUm beijo.
Outro, querida amiga, obrigada.
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