sábado, 11 de julho de 2015

Perdida, a cadela

Nunca passa fome. Vive da gratidão dos que, por vê-la, arranjam um pedaço de pão, um osso, uma casca de fruta, um biscoito. O nome por que é conhecida não faz qualquer sentido.
- Perdida! Anda cá, toma!

Perdidos são os que andam sem consolo na vida, sem projecto nem futuro. Sem dignidade. É cadela de rua, sim, mas tão orgulhosa que, quando a chamam pelo nome, não responde. E é nesse não responder que sempre se encontra.

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