sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Desencontros

Quando  pomos os pés no mundo, pela primeira vez, choramos com frio e susto, ofendidos por nos terem retirado ao ninho que era a nossa mãe. Em crianças, vivemos em pulgas para crescer. Depois de crescermos tudo, suspiramos pela meninice perdida. Aos primeiros sinais de velhice, queremos ser novos só mais uma e outra vez, e quem o negar mente, com todos os dias amontoados no corpo traidor. O que iremos nós desejar, ao morrer? Ainda não consegui perguntar a ninguém que tivesse morrido. Imagino que os mortos suspirem, com ganas de viver. 

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