quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Uma aventura

Lembro-me de estar na sala de aula, no Secundário, e a minha querida professora de Português informar os alunos da turma dirigindo-se, em particular, a mim e à minha melhor amiga nessa época:
- Está a decorrer o concurso «Uma Aventura», para jovens, e quem quiser pode concorrer com um conto. A história vencedora vai ser publicada em livro, pela Caminho.
Fiquei de antenas no ar, mas deixei passar a oportunidade. Na altura andava mais dedicada a namoros do que à escrita. A minha amiga entregou um conto. Lembro-me da história: um senhor perdeu os óculos e estes passaram por uma série de aventuras, até irem parar dentro de um peixe. Um dia, o dito senhor está sentado à mesa de um restaurante e, ao arranjar a sua dourada (pargo? Safio? Um carapau gigante...?), dá de caras com os seus óculos perdidos.
Que idade teríamos? 14, 15, 16 anos?
Tenho pena de não ter concorrido. Quem sabe quais teriam sido os diferentes caminhos na minha vida, com esse pequeno gesto? O namoro com as palavras de ficção surgiu mais tarde, cerca de dez anos depois. Mas a minha amiga Ana Margarida concorreu. E ganhou. E viu o seu pequeno conto publicado. Fiquei feliz e orgulhosa por ela. Inveja zero. Como disse, andava namoradeira. Para quê a ficção, se eu andava mergulhada em romance, mistério e aventura? 

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