sexta-feira, 10 de julho de 2009

Cesto de papéis III


Mais algumas migalhas dos muitos cortes que ando a fazer. E assim tenho ocupado os meus dias...

"Ser amável com M. era algo de maravilhoso. A presença do rapaz de olhos transparentes aquecia o coração a qualquer um e essa era paga suficiente. De resto, sabiam que nunca se escusava a recados e parecia ter tempo para todos. Ninguém sabia de onde lhe vinha tanta energia"

"As lavadeiras chegavam com as cestas de vime pousadas na cabeça, onde antes colocavam uma almofada. Junto ao tanque, de bordos inclinados de pedra macia e ondeada, depunham a cesta no solo e a almofada debaixo dos joelhos e começavam a esfregar as peças, uma a uma, com sabão natural e pedra-pomes."


"As figueiras davam os primeiros figos, perfumando o ar com um aroma fresco e adocicado. A maturação lenta das bagas de zimbro chegara ao ponto ideal, ostentando um tom azul-negro. As folhas, em ventrículos de três, mostravam já as flores amarelas e pareciam agulhas verde-prateadas. Os caules ocos, estriados e redondos da valeriana adornavam-se de lagartas. Toda a vegetação se enfeitava de cor e viço, celebrando o período estival."


4 comentários:

  1. E já percebi que não poderias estar em melhor companhia!
    Beijinhos

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  2. Tão querida, Isabel! Vem sempre um miminho doce desse lado...
    Obrigada, beijinhos e bom fim de semana!
    Vera

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  3. Muito bonito, a poética do texto.
    E tem razão Isabel é doce, meiga e nos enche de mimos quando vem nos visitar.
    Até mais.

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  4. Poderá um cesto de papéis ser mais viçoso que as palavras escritas de um livro? Daqui do Meu Sofá Amarelo digo que aproveitaria todas as palavras postas e as outras deitadas fora...

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