segunda-feira, 27 de julho de 2009

Minority report


A Patrícia Reis, prima e madrinha do Hugo, levou o portátil com ela para NY e tem enviado relatórios diários. São de tal maneira ilustrativos, que quase me sinto lá, com eles.
Deixo aqui o "report" dos primeiros dois dias. Termina por dizer que o meu filho está a ler o velho que lia romances de amor e eu fico espantada, pois só a patas consegue estes milagres: é que esse livro, e muitos outros livros maravilhosos, está no meu escritório, disponível, e ele nunca se sentiu tentado a pegar-lhe. Obrigada, patas.



Malta
Pois hoje andámos às compras no supermercado pelas nove da manhã. NY estava a escaldar pelas 11, mas nós, feitos heróis, decidimos que era um excelente dia para irmos ver a Estátua da Liberdade e Ellis Island. E lá fomos. Comprámos os bilhetes, ficámos 45 minutos numa fila à espera (era suposto ser uma hora e meia) e veio uma senhora dizer que eu tinha comprado um city pass (válido para o Momo, Guguenheim, etc) e podia passar à frente. Os putos fizeram uma festa e lá fomos de ferry. A estátua lá está, andámos ao seu redor, almoçámos por ali num jardim e não conseguimos subir os 394 degraus até ao topo porque só deixam entrar 500 pessoas por dia e pelas dez da manhã já tinham atingido essa lotação. Não houve exactamente uma desilusão, visto estar um calor monstro. O Gugas decidiu cortar um pouco o cabelo, escorria água por todos os lados. Em Ellis Island lá fizemos a coisa didáctica sobre a emigração e a política de entrada nos EUA. Eles fizeram a ponte para o Gran Torino que viram no avião, a salada russa que este país é, e foi engraçado. O regresso mais penoso, porque o metro não parou na nossa estação, mas como já estamos uns profissionais a coisa fez-se bem: muda numa estação, entra noutra, vai a pé dois quarteirões, come melancia gelada, ida ao corte de cabelo, compra a time out no caminho, dizer olá ao Vernon e ao Matt que têm os negócios de bugigangas à nossa porta. Depois de um banho bem merecido, eles jogam peixinho e eu suspiro de alívio,não dá para estar na rua. Mesmo. O Sebastião está a ler o Velho e o Mar do Hemingway, o Gugas o velho que lia romances de amor do sepúlveda e o micas a fada oriana da Sophia. Nem um pio. Deus existe mesmo. Beijos a todos

2 comentários:

  1. Delicioso perceber a vontade de leitura dos rapagões [ou será que deve ser rapagãos, ai estas dúvidas que me assolam às vezes...], e relembrar NY na narração da Patrícia Reis. Quando se sabe escrever... tudo fica mais acessível.

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  2. É verdade, caro Pas(ç)sos, fica a satisfação de os ver a tornarem-se bons leitores. Quanto à Patrícia, além de saber escrever e narrar, é também o saber viver. E eles, os rapaGÕES, vivem bem, através da sua sabedoria e sentido do dever, proporcionando-lhes experiências e recordações a que eu espero que eles dêem o devido valor no futuro. Acredito que sim.

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