Ao fim de quase duas semanas sem ligação à Internet, eis-me de volta. Por quanto tempo? Não sei dizer.
Viver isolada no campo sem os fios que me prendem às pessoas faz-me sentir alguma solidão, confesso. São janelas que preciso de abrir para gerar o fluxo de comunicação que já não dispenso. Esta pausa serviu para me aperceber do quão dependentes nos tornámos deste mundo virtual, desamparados que ficamos sem poder escutar as músicas das nossas listas do grooveshark enquanto lemos ou escrevemos, sem podermos pagar contas ou recarregar um telemóvel a partir de casa, ou simplesmente espreitar uma receita. num site de culinária Emails e posts facebookianos acumulam-se em monte, os mimos ficam por agradecer ou retribuir, as perguntas sem resposta, os encontros em suspenso. A autonomia é posta em causa, quando temos que bater à porta de terceiros, para utilizar um outro computador, nem que seja por cinco minutos. Hoje posso limpar o pó à secretária, arquivar documentos acumulados, resgatar a vida ao meu modesto escritório.
Ainda bem que o mundo lá de fora não desaparece assim: as flores, o canto dos pássaros, a paisagem verde, o cheiro dos eucaliptos e das queimadas de inverno, que deixam um perfume de ervas no ar. Preciso que os meus dias se façam assim, de natureza e ciberespaço.
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