Quando o azar lembra um bebé adormecido, inocente no sono dos mais inocentes, sem reconhecer a nossa existência - fiel e infeliz companheira na cumplicidade de tanta má sorte -, andamos com pezinhos de lã, para que tão cedo ele não desperte, na esperança de prolongarmos a fase abençoada, em que as peças da vida parecem encaixar numa harmonia que já não julgávamos possível. As expectativas quase ao nível zero. O que vai surgindo deixa-nos nos olhos a mais grata expressão de espanto. Nas mãos, a gratidão e a esperança, sim, que é semente cultivada, a tentar que a maré construa corpo, solidificando o nossa sorte. Que estes dias não sejam feitos de vento mas rijos, tendões e músculos, carne e pele tonificadas por muitos amanhãs. Para que a vida se vá erguendo das cinzas...e a nossa esperança possua alicerces. Não seja apenas ilusão, o etéreo conforto dos infelizes que, a cada dia, inventam novas razões para sorrir.
Obrigada, mana Rita G.
Obrigada, mana Rita G.
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