Então e os teus livros? Perguntam-me com alguma regularidade.
Os livros na minha vida são os que leio. Esses sim. são "os meus livros". O que escrevo são textos. Mesmo que histórias, têm sido apenas isso, textos. Chegará o dia em que terei livros para partilhar. Hoje tenho ainda e apenas palavras e textos, desde um poema a centenas de páginas. Ainda não chegou o dia de anunciar esse disputado objecto de culto. Tenham paciência, que eu também tenho, muita.
Fico-me, por mais um tempo, como simples leitora; privilégio, diga-se de passagem, bem maior.
Então e a música? Perguntam-me também frequentemente, generosos que são familiares e amigos, que mostram curiosidade quanto à minha vidinha.
A música passou recentemente por uma operação de salvamento, quando já agonizava. Levou com o desfribilador e sobreviveu. O coração tornou a bater-lhe, fraquinho, mas a bater, numa pulsação definida pela fragilidade de quem insiste ainda em ser cigarra em plena crise. Porém, se fui sendo cigarra toda a vida, não será essa a forma mais segura que tenho, ainda assim, de ser formiga?
Cantemos, pois, que quem canta seus males espanta. E eu não canso de me espantar.
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