A pele a acastanhar-se, as horas derramadas sob o sol. Pelo meio, o fastio do que tem de ser feito e que deixo pela metade. A outra metade do tempo quero que seja de luz e de vento, de um livro, de um caderno preto, ambos se encharcando em gotas de água turquesa. O livro engorda-me o peito, de texto em texto, e abraça-me em tatuagens de palavras portuguesas que falam de morte, de filhos, de medos e do escritor. Sobretudo dele, o escritor. E o caderno preto decora-se de novos versos, em rascunho, na indefinição das minhas hesitações.
É o Estio, na preguiça que traz o calor, o suor, o músculo, todas as partes do corpo, debaixo de um céu sem nuvens, um manto celeste de cumplicidade, que me prende as ideias, e me deixa assim, corpórea. Vergonhosamente corpórea.
Sem comentários:
Enviar um comentário