© Nanã Sousa Dias |
Azul-cobalto
Sobre a mesa o prato, o grão de
pimenta
rosa, roçando a fibra
da toalha magenta;
A vidraça ampara a chuva
escorrendo
e, no bordado de flores alfazema, acolho
a jarra de vinho - aconchego de um néctar
de amoras a demorar-me na boca.
O céu saliva um doce lilás,
tecido em hortênsias das ilhas
distantes:
é o mar, que me leva e enleva nas
ondas de espuma
do sal de Setembro vestindo os
rochedos.
Será fome? Será medo?
A dentada da chuva, lambendo a
estação
como quem diz adeus.
nos olhos agarro o meu horizonte
de azul cobalto - mar alto no peito
se bem que, a
meu jeito,
sou a beira-mar.
© VERA DE VILHENA, poemas inéditos, Setembro 2014
© VERA DE VILHENA, poemas inéditos, Setembro 2014
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