segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Não fujas

Imagem roubada aqui

Não, não fujas de mim,
ainda é cedo, pousa os braços nos meus,
que eu mal começava a sentir o teu calor
e já tu me escapas;
despertando em mim o arrepio
de me ver mergulhada no frio
a que eu já dissera adeus.

Não, não cerres a porta,
não cerres os dentes, nem nada;
para me deixar no avesso da sorte,
os meus dias em carne viva,
O grito de quem suplica, de voz enferrujada.

Provei a taça de um tempo cálido,
molhei a minha boca na tua.
Por favor fica, não fujas de mim,
que eu já não sei ter na língua a amargura,
se um manto de mel me deixou assim, nua.

(© Vera de Vilhena, inédito)

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