Da solidão, um ritual
da trovoada da tarde, a música da terra
suor de tambores, cordas vibrando,
harmonias de chuva,
bailados de sombras
no intervalo da luz.
Da solidão, o presente
paralisia do tempo, a face molhada
humidade leitosa, ruído, queixume,
parede escorrendo,
lamento do ramo
da haste, da flor.
Da solidão, a promessa
chegada à beira do nervo, da carne
da boca, da língua, da corda acordando
palavras morrendo
no abismo da folha
tão só, a procura
do poema
de estar só.
(© Vera de Vilhena, inédito)
A solidão: tanto pode ser um motivo para escrever, como uma armadilha no peito das palavras...
ResponderEliminarJá tinha lido e gostado deste poema. Só faltou o comentário.
Um beijo, minha amiga.
Outro para ti, amiga Graça, bem hajas.
EliminarOlá, Vera,
ResponderEliminarA solidão que se entranha, que fere, que mata.
Gostei muito.
bj amg
Olá Carmem,
EliminarMuito obrigada e bem-vinda a este meu (re)canto.
Com amizade,
Vera