segunda-feira, 25 de abril de 2016

Auto-liberdade

Reflexo de selfie, ao chegar a casa, antes de escrever isto.
No feriado que celebra a Liberdade fui caminhar. Estreei o boné das "Sisters", oferecido pela minha editora, Babel, na Feira do Livro do ano passado, e percorri a estrada, vestida com cores garridas e look desportivo, como se fosse uma desportista (nem quando pratiquei desporto fui desportista). Os pés conhecem a estrada de cor, permitem que a mente vá divagando entre o lançamento do próximo livro; as bodas de diamante recentes dos meus pais; um texto a escrever; o filme "O Último Tango em Paris", que vi ontem, pela primeira vez na minha vida; a audácia que pretendo conquistar na escrita. Pela primeira vez, também, sinto a sede de sair da zona de conforto, atrever-me a não travar o que pretendo contar ou fingir, como ficcionista, face ao medo quanto ao que os Outros irão pensar. Medo não será, antes respeito, mas não estou certa de haver grande diferença entre ambos. Liberdade também é isso: a rédea que damos a nós próprios. Estarei eu a menosprezar os leitores? Até que ponto estaremos presos entre os limites que há muito impusemos a nós mesmos?

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