«Fiquei de lá passar às oito. Quando cheguei a casa eram ainda
cinco.
Tinha a intenção de escrever um bocado, como tenho feito ultimamente, mas...zero. Peguei num livro interrompido do Hemingway e nem assim fui capaz de me concentrar; podia beber um whisky para descontrair, mas era demasiado cedo e ela não gosta do cheiro; acabei na minha passadeira: quatrocentas calorias. Apressei-me a cortar o cabelo no centro comercial, daquelas casas em que não vêem pessoas, só “cabeças”, tipo matadouro: cheguei a ouvi-las dizer:
Tinha a intenção de escrever um bocado, como tenho feito ultimamente, mas...zero. Peguei num livro interrompido do Hemingway e nem assim fui capaz de me concentrar; podia beber um whisky para descontrair, mas era demasiado cedo e ela não gosta do cheiro; acabei na minha passadeira: quatrocentas calorias. Apressei-me a cortar o cabelo no centro comercial, daquelas casas em que não vêem pessoas, só “cabeças”, tipo matadouro: cheguei a ouvi-las dizer:
– Ó Isabel, não
me marques mais cabeças, que já tenho o Domingo cheio! Pra qu’é que serve a
agenda, pá?!
Ou esta frase
“riquinha”:
– Porra, pá,
tantas cabeças por dia, uma pessoa ’té nem tem tempo de ir mijar! E estou cá
c’uma larica que nem me aguento!
Isto enquanto
esfregava a minha. E com força, como se eu não a lavasse há uma semana.
– Estou a ser
bruta? Você diga!
(Que sim, que
estava a magoar um bocadinho).
– Ai, o senhor
desculpe, mas é que aqui a gente ao fim de semana é isto.»
(ainda "em obras de (re) construção", mas para breve).
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