quarta-feira, 20 de abril de 2011

Óculos de sol

Arrumar os cantos à casa, com vagar, acaba sempre por representar várias viagens no tempo: uma fotografia que espreita, uma carta, um postal, um guardanapo escrevinhado, um torrão de açucar que guardámos num aceso de sentimentalismo. De filhos e sobrinhos que crescem tão depressa nem é bom falar. Fico-me pela música, por imagens que me fazem sorrir, a pensar nas figuras que fazemos quando somos novos - a brincar ou em trabalho - neste caso concreto, em ambas, pois tive a sorte de escolher uma profissão de que gosto e com a qual me divirto. Aqui, no Verão de 1993, nos Açores, no espectáculo "Uma Noite na Obra", da autoria de Júlio Isidro. Parece que estou a ouvir-me cantar aquele número meio cómico, acompanhada pela nossa banda...


Óculos de sol (intérprete: Madalena Iglesias)

Já arranjei muito bem
Tudo quanto convém
P'ra praia levar
O pente, o espelho, o baton
E um creme muito bom
P'ra me bronzear
O meu rádio portátil
E o bikini encarnado
Também estão no meu rol
E como é bom de ver
Não podia esquecer
Os meus óculos de sol
Refrão: Que levo p'ra chorar uuuuhuh
Sem ninguém ver
P'ra não dar uuuuhuh
A perceber
P'ra ocultar uuuuhuh
O meu sofrer
Pois eu sei que te hei-de encontrar
Talvez deitado à beira-mar
Com outra lado
E eu vou passar
A tarde a chorar

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