domingo, 18 de setembro de 2011

Tempo preso

Às vezes deixo a mão correr como uma lenga-lenga a escrever por aí abaixo. Hoje saíu-me isto, em dois ou três minutos. Experimentem, pode ser terapêutico....

Tempo livre, tempo livro
Tempo preso, preso à porta
Porta perra, dobradiça
Movediça, enguiço, enguiça
Linguiça, porta fora
Porta-moedas, noves fora
Nada à vista
Nada às cegas
Cego nó na noz-moscada
Mosca-morta, mascavada
Mascavado, açúcar branco
Branco negro, negra vida
Vida nossa, bossa-nova,o nosso pão
Duro e pouco
Poupa a fome, poupa o tempo
Tempo livre, tempo preso
Preso à porta, não se importa
O portão ou a cancela
Vem cancelar a saída
Em seguida  diz ao vento
Que é pedra, sentimento
Sinto muito, diz o vento
Num lamento, ventania
Vem, avia a tua dor
Tão dorida de coçar
Coça o braço, o nó, o laço
Num abraço de coragem
Vem comigo, não te escapes
Nesse escape, asfixia
O ar sujo que respira
Fundo e voa
Tempo preso, tempo ileso
Tempo livre

1 comentário:

  1. Também o faço, Vera. E o tempo preso é-me
    menos
    pena
    menos
    pardo

    a palavra
    é terapêutica, sem dúvida.

    Abraço
    Mel

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