Quando ele se anunciava de novo na vida dela, tomava conta daqueles recantos da mente que acompanham os gestos do dia a dia: e assim, enquanto ela arrumava os talheres e os pratos, fazia as camas ou guardava a roupa nas gavetas, ele invadia tudo, com a arrogância de uma lua cheia, alterando a cor das coisas, tornando incertas as certezas, ocupando um espaço inventado no redemoinho das noites que, na sua antiguidade, aprendera a dar-lhe alguma paz.
Imagem: "Noite estrelada", VAN GOGH, 1889.
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