© Rui Veloso, por Ana Mesquita |
Às
vezes, devido a terem amigos comuns, juntam-se à mesma mesa pessoas que
pertencem a mundos diferentes. Os que vivem quase sempre escondidos num qualquer
cantinho rústico, levando uma vida pequena e tímida, os que jamais ali estariam
não fosse um golpe de asa; os que levam vidas aventurosas e ricas, viajando,
estando nos cantos e nas bocas do mundo, tratando o glamour por tu; e ainda os que são o expoente máximo naquilo que
fazem, pessoas cujo peso fazemos por esquecer, enquanto os servimos de batatas salteadas,
trocamos impressões acerca de música ou conversamos sobre a nossa bucket list. O branco e o tinto que vão
correndo ajudam a revelar a essência de cada um, no seu implacável e abençoado
efeito in vino veritas.
E
neste bouquet variado, feito de rosas e jasmins, dedaleiras e narcisos, jacintos
e gypsophilas, vão-se perfumando as horas sem que nenhum dos convivas altere a
sua natureza.
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