domingo, 26 de maio de 2013

Zafón

Depois de um pequeno-almoço tardio, deitei-me no sofá com o Prisioneiro do Céu nas mãos e só o larguei depois de ler a última página, às 14.45. 
E agora?
Zafón, escreve depressa o quarto e último volume, por favor.
As personagens aguardam o desfecho dos derradeiros mistérios e nós, os leitores que te amamos, ficámos desamparados, num voo suspenso, apesar de teres tido a consideração de fechar a narrativa em cada volume. 
Nunca conheci um autor que contasse uma história assim, como um caleidoscópio onde tudo se cruza e reflecte, sem, no entanto, deixar que nos percamos no labirinto narrativo, por mais complexo. Imagino portas cujos corredores conduzem a outras portas que, por sua vez, guardam outras que fazem com que todos os quartos fiquem interligados. Ainda pr cima, presenteia-nos com uma escrita magistral e com personagens que apetece trazer para a nossa casa, além da criação e recriação de lugares que ansiamos por visitar, mesmo sabendo que se inserem num tempo que já não existe, ou num espaço que nunca existiu.
Zafón existe e escreve como ninguém.
Seja o que for que o alimenta, sejam quais forem as suas influências musicais, cinematográficas e literárias, abençoadas sejam. Muitas comparações têm feito, desde os clássicos românticos russos, franceses e ingleses, aos modernistas como Umberto Eco, Garcia Marquez ou Jorge Luis Borges; rotulem-no como quiserem, mas o certo, a meu humilde ver, é que nunca ninguém contou uma história assim.
Obrigada, Lia, pelo empréstimo. Os dois volumes que possuo, como livros de cabeceira, aguardam os dois restantes. Simplesmente terei de adoptá-los, como quem não pode deixar de trazer para casa um pássaro ferido.

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