Carlos Ruíz ZAFÓN ensinou-me aquilo que já tantos me tentaram dizer nos últimos anos: escritores que falaram comigo através de entrevistas, contando acerca dos seus hábitos, da rotina que criavam, do que pensavam (ou pensam) ser essencial para trabalhar na escrita. A Alice Vieira, a Rita Ferro, disseram-mo directamente: trabalha, escreve, escreve, escreve.
Zafón diz que precisou de escrever quatro romances dedicados a "young adults" para chegar à Sombra do Vento, o livro que queria realmente escrever. O que significa que esses livros foram uma experiência, um treino, que o conduziu à escrita vocacionada para adultos. O que ele diz, os conselhos que dá aos escritores principiantes, vale ouro. E ontem senti o clique de que precisava.
"A rotina é a governanta da inspiração."
Num diálogo entre David Martín e Isabella, n' O Jogo do Anjo, David diz à aprendiza: põe os cotovelos na mesa, cola o cu à cadeira e trabalha. Isso é a inspiração.
Por isso hoje inicio um novo ciclo. Porque sei que não funciono de outra forma. Auto-disciplina. Rotina. Horário. Estímulo para acordar mais cedo que a minha preguiça. Facilito em demasia a minha vida, os meus hábitos. O ócio é um inimigo a abater. Não basta termos os livros na nossa cabeça. Não se escrevem sozinhos, precisam das nossas mãos.
Por isso me vou, embalada pelo álbum "Alice", de Bernardo Sassetti. Não poderia estar em melhor companhia.
Foste a primeira pessoa a dizer-me isto e nas minhas microexperiências literárias que muito humildes são ao pé das tuas, tenho constatado ser verdade. És uma inspiração Vera e uma mulher generosíssima na forma como partilhas o que aprendeste. Beijinhos e obrigada <3
ResponderEliminarSoraia e tu és generosíssima nos teus elogios. Não sei se mereço tanto! Seja como for, gosto de te saber motivada e inspirada. Não conheço nada mais compensador do que a sensação de partilha e de retorno. No fundo, não ensinamos nem sabemos nada, apenas deixamos fluir, não é? A sabedoria anda por aí, ao alcance da nossa mão.
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