Há amigos que nos salvam vezes sem conta. Para junto de quem vimos partilhar o choro, o riso, uma celebração, um desabafo, uma frustração. E fica assim, uma dívida eterna, que não tem nome nem preço, nem prazo, nem perdão nem cobrança. São uma espécie de montanha, de chão, de farol, de braço que nos segura antes que caiamos no abismo dos pequenos nadas em que nos deixamos enredar. Trazem-nos à superfície e acendem em nós uma lamparina que nos permite continuar a caminhada, já de si frágil, em direcção aos nossos sonhos. Mesmo que saibam que o caminho percorrido, e a clareira que nos aguarda, se irão certamente traduzir ambos no despertar desses sonhos: com paciência e compreensão, nem por isso deixam de nos aconchegar a roupa ao corpo, de nos ajeitar a almofada sob a nuca, abandonando o quarto discretamente e deixando uma fresta de luz à saída, para que a inocência das nossas noites jamais se perca na escuridão.
E é assim que podemos viver um sonho, em vez de o sonharmos apenas.
Obrigada, P.
E é assim que podemos viver um sonho, em vez de o sonharmos apenas.
Obrigada, P.
hoje comentei com alguém o poder imensurável da amizade. o quão nos é preciosa pela vida fora, o quão determinadas amizades, ainda que distantes, nos animam a caminha.
ResponderEliminara ti, Verinha, chamo amiga. e sinto-o.
beijo meu
Mel
Oooh... ainda bem, Mel. Sim, amigas, ainda que na distância, sem dúvida.
ResponderEliminarbeijinho
Não há melhor forma de amor que a amizade. Dura para sempre. É recíproca, existe e está e vive mesmo que não seja uma constante, um exercício diário. Não precisa de o ser. Há coisas que nos agastam, existem realidades que temos de enfrentar, como tempestades, e importa fazê-lo com sabedoria. Para onde vamos? Quem somos? Podíamos ser A ou B, mas somos C e quem é C? Os amigos acreditam no C, ignoram o A e o B e andam para a frente, mas vivem com os pés na terra. Isso é importante, apenas por sabermos que a terra nos agarrar ao que é importante, crucial, básico. E nada disso se relaciona com a dimensão de sonho, de ego, de vaidade, de vontade, apenas está ligado ao que sabemos que C é ou o que C precisa. O A e o B não fazem parte da equação. De resto, diria que a amizade não se agradece, como o amor. E que os sonhos, por muito bem estruturados, terão de chegar a um fim para começar qualquer outra coisa. Por não estarmos todos destinados ao mesmo. Beijo
ResponderEliminarrectifico: "... amizades, ainda que distantes, nos animam a caminhada."
ResponderEliminaróbvio. ehhh
fica bem, Verinha. boas férias, se for o caso
beijo,
Mel
Que surpresa tão boa, esta tua presença aqui, P. As tuas palavras, para começar o dia. Eu sei o que pensas, esta foi a forma possível de não agradecimento :) beijo
ResponderEliminarahahaha, que giro, Mel, nem tinha reparado! "nos animam a caminha...", hehehe...porque é que rectificaste?! Estava muito melhor! ;-) beijinhos, doce Mel, obrigada, para ti também
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ResponderEliminarVim ler-te. Acho que já te disse o quando gosto de o fazer: ler-te. De que leitura falo? De todas, também daquelas que fazemos à distância e reduzem um pouco mais essa necessidade, que tantas vezes sentimos, de nos perdoarmos por não estar mais próximo de um amigo.
Escreveste, deliciosamente,o que eu já sabia ser a tua visão sobre o melhor sentimento do mundo: a amizade.
Precisava de me perdoar antes de te o pedir, e o teu texto vestiu-me a alma.
Um beijinho muito grande, Verinha!
Beijinho grande, querida Maria João, enriqueces sempre este cantinho com as tuas palavras.
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