Tenho as mãos entorpecidas pelo frio. Não é martelando com a ponta dos indicadores no teclado que aqueço. Até os cães parecem velhas doentes, escusando-se a ir lá fora e ficando deitados, sobre o soalho ou enroscados no edredão com os bonecos do Tarzan. Este sol é mentiroso, está presente mas não nos oferece calor. Talvez o reserve para si mesmo, tentando fugir ao inverno. Este mesmo sol que, noutras latitudes, estende os seus raios a tornar cálidas as manhãs e as tardes. Tem duas caras, várias faces, como a lua. Traidor. Sádico. E só nos resta enrolar o corpo em muitos trapos, camisolas sobre camisolas, e fazer subir a conta da electricidade.
Estou vazia de ideias. Devem ter congelado em mim. Só tenho isto. Isto e um frio que criou raizes no meu corpo.
Roubei a imagem aqui
amiga, para "enganar" o frio, hoje que é "dia de casa", sem alunos e professores, dediquei-me ao ferro, ao forno... boleima de Niza, roupa (quase) engomada, e, ao fim e ao resto, de cheiros mesclados este frio que se entranha até aos antípodas da alma, talvez resulte numa atmosfera remissiva de outros tempos, outras auroras... quiçá???
ResponderEliminarfica um beijo e um "oh, como te entendo"...
Mel
Obrigada, Mel, por este comentário tão quentinho!
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