Ah, as pérolas que se encontram no Youtube...! Bom Sábado, sim?
Não se deixem enganar pelas riscas cor-de-rosa. Os dias são (d)escritos com todas as cores.
sábado, 31 de maio de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Muphet Show
Que saudades dos Marretas...! Os convidados, dotados de um imenso sentido de humor e desportivismo, eram de luxo. Aqui, Rudolf Nureyev a dançar o Lago dos Cisnes...com uma porca!
Bom fim de semana, sim? :-)
Bom fim de semana, sim? :-)
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Mia Couto
ERRO POÉTICO
Sou o açúcar
procurando a formiga.
Meu carreiro
não tem linha.
É um ponto, um planetário grão.
A minha natureza
é uma inacabada caligrafia:
apenas os erros me defendem.
O amor apenas
me rasura a alma.
Com a formiga
partilho alucinogénicos:
migas de paixão, migalhas de doçura.
In "Tradutor de chuvas"
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Ilusão
Se antigamente o ditado dizia Ver para crer como o S. Tomé, a expressão perdeu sentido na era do digital. Desconfiemos, cada vez mais, daquilo que os nossos olhos vêem. O meu primeiro impulso foi usar esta imagem dramática e romântica para escrever um texto. E como faço por respeitar, sempre que possível, os direitos de autor dos fotógrafos, pintores, escritores, artistas, enfim, fui pesquisar a origem desta "fotografia" e fiquei a saber que se trata de uma composição de vários elementos, criada por um autor dedicado à Arte Digital. Como vivo com um homem que praticamente só trabalha com negativos de médio e grande formato, em fotografia tradicional, analógica, esqueço-me de que é cada vez um luxo maior captar algo, conseguir o enquadramento perfeito no momento perfeito...sem manipulação digital.
Não é censura, atenção, apenas a curiosidade de constatar esta espécie de ilusionismo visual. O resultado pode ser fantástico, sem dúvida. Mas saber dos bastidores retira-lhe algum encanto.
Aqui estão as fontes dos elementos:
Model [link] by dazzle-stock
Violin [link] by texurestockbyhjs
Violin Bow [link] by Axy-stock
Texture [link] by Camaryn-Wallpaper
Bubbles [link] [link] by Nystagmuz-stock
Para conhecerem melhor o trabalho de Djajakusuma, espreitem aqui
Não é censura, atenção, apenas a curiosidade de constatar esta espécie de ilusionismo visual. O resultado pode ser fantástico, sem dúvida. Mas saber dos bastidores retira-lhe algum encanto.
Aqui estão as fontes dos elementos:
Model [link] by dazzle-stock
Violin [link] by texurestockbyhjs
Violin Bow [link] by Axy-stock
Texture [link] by Camaryn-Wallpaper
Bubbles [link] [link] by Nystagmuz-stock
Para conhecerem melhor o trabalho de Djajakusuma, espreitem aqui
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Silêncio
Se este silêncio de hoje fosse meu, seria assim...
SÚPLICA
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
SÚPLICA
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
(...)
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
MIGUEL TORGA
quarta-feira, 21 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Sopa e um arco-da-chuva
De avental, na cozinha, deitei na panela um bom pedaço de azeite alentejano, descasquei uma cebola gorda e três alhos e deixei a refogar em lume forte. Seguiram-se uma dezena de cenouras, um nabo e um alho francês. No fim, juntei duas courgettes, para engrossar, sal grosso e um pedaço de chouriço, para dar sabor. A água ferve, depois de ter afogado todos os legumes. A casa já cheira a sopa. Abro a janela e mantenho o exaustor desligado; prefiro o canto dos pássaros ao mecanismo irritante do ventilador, que leva para longe os vapores leguminosos. Por companhia tenho um bom copo de vinho branco e a Bolota, que dormita enroscada na sua cama, amolecida pelo fim da tarde. Acabou de chover, por breves segundos. A paisagem libertou o perfume de terra molhada. Baixo o lume para o seis, tapo a panela, tiro o avental e ali fico, como parva deslumbrada, a ver o arco-da-chuva que nasceu precisamente no lado nascente, enquanto o sol brinca às escondidas do lado oposto, ocultando-se por trás dos pinheiros e eucapliptos. O vale tomou um duche rápido e ficou assim, lavadinho e perfumado, revelando, na linha do horizonte, um casario caiado e luminoso.
Sim, é certo que estou numa espécie de fim do mundo, mas a cada vez que ele se finaliza assim, sinto que vale a pena.
Sim, é certo que estou numa espécie de fim do mundo, mas a cada vez que ele se finaliza assim, sinto que vale a pena.
© Nanã Sousa Dias |
sábado, 17 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Crónica: no Colégio Valsassina
A tarde de ontem foi recheada de emoções. Fui recebida pela Liliana (minha primeira profª de português) e pela Maria Alda - Directora do Departamento Didáctico do Colégio Valsassina - e minha segunda professora de português, ao longo de quatro anos. A apresentação da autora foi feita pelos alunos Guilherme (também cantor!) e Mariana, ambos lindos, colocados de cada um dos lados, de folha na mão. Foi espantoso ver que muitos deles tinham, de facto, visitado o blogue e o site, como preparação para este encontro.
Presentes no auditório estiveram também a Teresa e o Miguel Furtado, Maria João Craveiro Lopes (do Grupo de Teatro, onde me estreei a cantar, a escrever, a partilhar...onde "cresci"...) e gente que prestou uma ajuda preciosa para que tudo corresse bem (obrigada Sofia!). Tivemos até direito a um microfone de emissor, para as perguntas dos alunos cujas idades andavam pelos doze e treze anos. Fiquei feliz por ver muitos deles com os dois livros na mão - «A Ilha de Melquisedech» e «Coisandês. a vida nas coisas» - fica sempre a sensação de que ficou muito por dizer e a angústia da incerteza quanto a ter, ou não, respondido da melhor forma a cada uma das perguntas...que foram muitas!
Qual foi o livro que escreveu mais rapidamente?
Quantos livros já publicou?
Com cantora, como é que aconteceu ter começado a escrever?
Como é que se sentiu quando a Rita Guerra a convidou para compor para um novo álbum?
Porque é que a Ilha de M. tem palavras em inglês, como Sillydragg?
(A resposta a esta pergunta incluiu um longo "Aaaaaaaaaah!!" da plateia quando eu esclareci que Sillydragg não era uma palavra inglesa, mas um anagrama - expliquei o que era um anagrama - da palavra Yggdrasill (também explicada).
Em que é que se inspira para escrever?
(A pergunta inevitável, já se sabe)
Em que é que se baseia para construir as suas personagens?
O que é que gosta mais de cantar?
Pode cantar agora um bocadinho, para a gente ouvir?
(Ficou prometido o envio de um tema, através da Maria Alda)
Dos seus livros, qual é o seu livro preferido?
Quais as suas influências, em termos de autores e de livros?
Que conselhos daria, a quem quer começar a escrever?
E foram mais...! Mas não consigo recordar-me de todas, algumas bastante pertinentes.
Antes de partirmos para os autógrafos, terminei a sessão com a leitura do conto "SM58", o modelo do meu microfone, que, aliás, é o de grande parte dos cantores profissionais.
No fim, tive o prazer de constatar que todos os exemplares da Ilha encontraram dono, mesmo o «Coisandês» que, sendo em maior número, sobrou, ainda assim, em quantidade muito tímida.
Aqui fica a minha gratidão para com a Maria Alda, e para com todos os que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que este encontro fosse tão compensador. Bem hajam! E estejam à vontade, meninos leitores, para seguir a página no facebook ou contactar-me por email, sim?
Afinal, convosco isto de escrever faz muito mais sentido. Um escritor sem leitores é como um artista de palco sem público. Até breve!
Presentes no auditório estiveram também a Teresa e o Miguel Furtado, Maria João Craveiro Lopes (do Grupo de Teatro, onde me estreei a cantar, a escrever, a partilhar...onde "cresci"...) e gente que prestou uma ajuda preciosa para que tudo corresse bem (obrigada Sofia!). Tivemos até direito a um microfone de emissor, para as perguntas dos alunos cujas idades andavam pelos doze e treze anos. Fiquei feliz por ver muitos deles com os dois livros na mão - «A Ilha de Melquisedech» e «Coisandês. a vida nas coisas» - fica sempre a sensação de que ficou muito por dizer e a angústia da incerteza quanto a ter, ou não, respondido da melhor forma a cada uma das perguntas...que foram muitas!
Qual foi o livro que escreveu mais rapidamente?
Quantos livros já publicou?
Com cantora, como é que aconteceu ter começado a escrever?
Como é que se sentiu quando a Rita Guerra a convidou para compor para um novo álbum?
Porque é que a Ilha de M. tem palavras em inglês, como Sillydragg?
(A resposta a esta pergunta incluiu um longo "Aaaaaaaaaah!!" da plateia quando eu esclareci que Sillydragg não era uma palavra inglesa, mas um anagrama - expliquei o que era um anagrama - da palavra Yggdrasill (também explicada).
Em que é que se inspira para escrever?
(A pergunta inevitável, já se sabe)
Em que é que se baseia para construir as suas personagens?
O que é que gosta mais de cantar?
Pode cantar agora um bocadinho, para a gente ouvir?
(Ficou prometido o envio de um tema, através da Maria Alda)
Dos seus livros, qual é o seu livro preferido?
Quais as suas influências, em termos de autores e de livros?
Que conselhos daria, a quem quer começar a escrever?
E foram mais...! Mas não consigo recordar-me de todas, algumas bastante pertinentes.
Antes de partirmos para os autógrafos, terminei a sessão com a leitura do conto "SM58", o modelo do meu microfone, que, aliás, é o de grande parte dos cantores profissionais.
No fim, tive o prazer de constatar que todos os exemplares da Ilha encontraram dono, mesmo o «Coisandês» que, sendo em maior número, sobrou, ainda assim, em quantidade muito tímida.
Aqui fica a minha gratidão para com a Maria Alda, e para com todos os que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que este encontro fosse tão compensador. Bem hajam! E estejam à vontade, meninos leitores, para seguir a página no facebook ou contactar-me por email, sim?
Afinal, convosco isto de escrever faz muito mais sentido. Um escritor sem leitores é como um artista de palco sem público. Até breve!
Com a minha querida amiga Maria Alda |
domingo, 11 de maio de 2014
Marta Hugon
Há um tempo que acho piada à Marta Hugon, sempre bem acompanhada, com bom gosto e muito boa onda. Aqui com o single promocional de um novo trabalho: "Hate song". Aproveitem o Domingo, sim?
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Burros
Porque adoro burros e porque parece que hoje se celebra o Dia Internacional dos Burros, aqui fica uma sugestão de leitura e o respectivo link para a encomenda na Amazon, na versão original (uma vez que Sonya Hartnett, inexplicavelmente, não se encontra traduzida por cá).
Sinopse original:
"One morning in the woods of World War I France, two young sisters stumble upon an astonishing find — a soldier, temporarily blinded by war, who has walked away from battle longing to see his gravely ill younger brother. Soon the care of the soldier becomes the girls' preoccupation, but it's not just the secret they share that emboldens them to steal food and other comforting items for the man. They are fascinated by what he holds in his hand — a tiny silver donkey. As the girls and their brother devise a plan for the soldier's safe passage home, he repays them by telling four wondrous tales about the humble donkey — from the legend of Bethlehem to a myth of India, from a story of rescue in war to a tale of family close to the soldier's heart. Sonya Hartnett explores rich new territory in this inspiring tale of kindness, loyalty, and courage."
Sinopse original:
"One morning in the woods of World War I France, two young sisters stumble upon an astonishing find — a soldier, temporarily blinded by war, who has walked away from battle longing to see his gravely ill younger brother. Soon the care of the soldier becomes the girls' preoccupation, but it's not just the secret they share that emboldens them to steal food and other comforting items for the man. They are fascinated by what he holds in his hand — a tiny silver donkey. As the girls and their brother devise a plan for the soldier's safe passage home, he repays them by telling four wondrous tales about the humble donkey — from the legend of Bethlehem to a myth of India, from a story of rescue in war to a tale of family close to the soldier's heart. Sonya Hartnett explores rich new territory in this inspiring tale of kindness, loyalty, and courage."
sábado, 3 de maio de 2014
Theo Jansen
Vejam o trabalho genial, de efeito estranhamente belo, deste escultor que chama às suas peças "Animare" ( traduzível por "animais de praia"). Theo Jansen trabalha com tubos de plástico, imaginem. E o seu engenho e sensibilidade resultam nisto. Quase que o imagino a conversar com Leonardo da Vinci, num dia de vento...
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Semeando...
Os dias têm andado embrulhados em livros, leituras, tertúlias e oficinas de escrita. Esta, a escrita, anda dormente, mas em breve a porei de novo a mexer.
Cada vez mais os autores (ainda não consigo designar-me como escritora, nada a fazer) têm de ser atletas em relações públicas, publicidade e marketing, na batalha constrangedora de promoção dos seus livros. É tempo meio perdido, que alguém deveria investir em vez de nós; mas se queremos conquistar um lugar ao sol, mesmo que morno...seja. Devagarinho, vou encontrando pessoas que, segurando "A Ilha de Melquisedech" nas mãos, me dizem:
- Já ouvi falar deste livro...
Outros acreditam que ele TEM de ser um bestseller! TEM de chegar a Hollywood! Eu rio-me, e sonho com eles, por alguns segundos. Depois torno a pousar os pés no chão e a puxar a manga às pessoas, vejam, comprem, leiam este livro.
Sim, é constrangedor termos de ser técnicos de vendas em vez de simples escritores. Vendedores ambulantes à espera de um milagre.
Os livros precisam de leitores como um filho precisa de um pai e de uma mãe.
O autor é apenas semente...e talvez por isso tenha de continuar a semear, semear sempre, como quem sopra dentes de leão ao vento.
Roubei a imagem aqui
Cada vez mais os autores (ainda não consigo designar-me como escritora, nada a fazer) têm de ser atletas em relações públicas, publicidade e marketing, na batalha constrangedora de promoção dos seus livros. É tempo meio perdido, que alguém deveria investir em vez de nós; mas se queremos conquistar um lugar ao sol, mesmo que morno...seja. Devagarinho, vou encontrando pessoas que, segurando "A Ilha de Melquisedech" nas mãos, me dizem:
- Já ouvi falar deste livro...
Outros acreditam que ele TEM de ser um bestseller! TEM de chegar a Hollywood! Eu rio-me, e sonho com eles, por alguns segundos. Depois torno a pousar os pés no chão e a puxar a manga às pessoas, vejam, comprem, leiam este livro.
Sim, é constrangedor termos de ser técnicos de vendas em vez de simples escritores. Vendedores ambulantes à espera de um milagre.
Os livros precisam de leitores como um filho precisa de um pai e de uma mãe.
O autor é apenas semente...e talvez por isso tenha de continuar a semear, semear sempre, como quem sopra dentes de leão ao vento.
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