segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O som e as mãos

As palavras ficaram fechadas com um cadeado feito de música. Entregues todos os sons, restou uma pausa de semibreve de três longos dias, que me arrancaram à escrita. Fui o outro lado de mim, a voz que me sai da boca e não dos dedos, que picam o teclado deste computador. Tenho as mãos ainda húmidas de melodias. É preciso estender a voz ao sol, estancar o riacho de mínimas e colcheias que ainda circula dentro de mim, até que das mãos secas escorram dunas de ideias, a arear a folha branca que me espera.

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