Deixei-me vencer pelo frio, que me penetrou a pele, o músculo, os ossos, a alma. Fiquei como um bicho, enrolada sobre mim mesma, tentando acender um qualquer lume dentro de mim. À noite chegou o homem que domina o fogo e fez jus à sua fama, acendendo uma fogueira abençoada, na lareira da sala. O crepitar do lume foi derretendo, lentamente, as estalactites que se haviam alojado dentro de mim, até que o frio, vencido e humilhado, morreu aos meus pés, sem um adeus.
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