terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Talvez um dia

Quando me apresentam como cantora e escritora, fico desconfortável e com cara de parva, ao mesmo tempo que sinto o impulso de os corrigir. É indiscutível que existe um lado de escritor em quem, desde sempre, usou a escrita para se expressar, arrumar o mundo, observá-lo. Escrevo desde que me lembro: poemas, diários, cartas, pequenas narrativas. Sou escritora de gaveta, como sou cozinheira, mãe, dona de casa, amiga, filha, mulher, cidadã ou jardineira: os gestos que praticamos todos os dias descrevem as várias fatias da pessoa que somos e a forma como usamos o nosso tempo. O meu perfil no blog tem a ver com isso, com as actividades que devoram mais os meus dias, só por isso é honesto.
Hoje encontrei a palavra mais certa: escrevinhadora - uma pessoa que escrevinha. E já tratei de corrigir o meu perfil. Talvez um dia possa alterar essa palavra. Completá-la. Até lá, continuo a ser uma pessoa que escreve, não ainda uma escritora.

1 comentário:

  1. digo-me artesã da palavra. nada mais que isso. e como a entendo, Vera...

    beijito
    Mel

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