sábado, 29 de janeiro de 2011

Clube dos Escribas

A nossa Captain apareceu com uma caixa de bolinhos sortidos, água e cafézinhos para quem quisesse e um presente inesperado: um livrinho de encadernação artesanal com todos os nossos textos! Soltámos "Ohs!" e "Ahs", lemos os textos mais recentes, alguns que ainda não conhecíamos.
Agasalhámo-nos bem e saímos para a Praça do Saldanha, a cumprir um plano que vinha sendo adiado desde a segunda sessão, devido ao mau tempo. A P. mandou-nos sentar nos bancos da paragem de autocarro, atravessou a rua e foi colocar um dálmata de loiça, daqueles bem pirosos, perto do duque de pedra. Em tamanho real, de cachorro com 4 meses, ele ali ficou, meio desamparado, sem saber o que fazer. As pessoas olhavam para a P. e para o seu saco de cartão vazio, julgando-a louca; olhavam para nós, que observávamos o espaço e o ambiente à nossa volta e tomávamos notas. O que estaria este grupo de malucos a fazer? A praça era a de sempre, qual era a novidade?, sem perceberem que meia hora mais tarde iria transformar-se no que fizéssemos dela. Regressámos à pequena sala da 004 e à nossa clarabóia, que nos ilumina. Escrevemos e lemos para os outros o nosso texto. Como sempre, os olhares foram distintos, cada um com a sua voz.
Chegou um pastel de nata com uma vela e cantámos os parabéns à Dada, que fez anos ontem.
Logo depois a Mestra surpreendeu-nos com outro exercício: tu, Dada, vais escrever sobre o Pedro, tu Miguel, vais escrever sobre a Margarida, tu Ana, sobre a Rute, tu Vera, sobre o João, e os outros...vice-versa, claro. Foi aí que se abriram as torneiras. Uma choradeira pegada!
Houve um pequeno discurso dedicado a cada um: o que aprendemos, o que representa a nossa escrita, o que se modificou em nós. Mais lágrimas. Guardei o meu guardanapo amarelo, húmido de emoções, dentro do livrinho-surpresa. Sentimentalismos.
No fim, o concenso e o alívio: a confirmação de que continuaremos juntos aos sábados de manhã, em encontros um pouco mais espaçados. Iremos escrever mais, trabalhar mais, colaborar nos projectos de escrita de cada um.
Os dados estão lançados, os laços foram criados. E é por isso que iremos continuar a encher de palavras as nossas folhas brancas e  tornar mais sinceros os nossos dias.
Dedico este texto a todos os escribas e em especial à nossa Oh Captain, my Captain: Patrícia Reis.

1 comentário:

  1. Que vontade de estar nesse grupo!É desses momentos únicos que a alma se alimenta.
    Deve ter sido óptimo, os dois tipos de exercício...nas escolas fazem falta momentos de escrita assim...oficinas de escrita.

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