Caminhando,
chegam-me lanças de luz entre os ramos dos pinheiros. O vento traz-me ondas de
incenso composto de folhas frescas que um agricultor queima; o verdor da salsa,
que emoldura as bermas da estrada que serpenteia e vai descendo, inunda-me as
narinas e abre-me o apetite por alimentos frescos, temperados com azeite maduro
e vinagre de frutos vermelhos. Há pombos que se atravessam à frente dos meus
olhos, recolhendo-se ao pombal da D. Alberta. A tarde finda. Os meus passos
acontecem ao ritmo de Symphonicities, de Sting, que os auriculares entornam nos
meus ouvidos. Na sombra, arranco, à passagem, fragmentos de cedros, que esfrego
nas mãos. Enquanto um melro me olha, calando a melodia e dançando sobre as
flores silvestres, sinto-me apaziguada com este meu isolamento. Não estou longe
do mundo: este é apenas o MEU mundo. Preciso somente de me lembrar, como quem
anota uma tarefa num post it: visitar
o outro mundo de vez em quando.
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