Para o dia de hoje escolho um dos meus filmes preferidos de fantasia (2005), produzido para o cinema a partir dos livros para a infância, graças a Emma Thompson. Não se resiste :)
Não se deixem enganar pelas riscas cor-de-rosa. Os dias são (d)escritos com todas as cores.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Word
Às vezes o meu programa de Word parece parvo. Andando comigo há tantos anos, farto de saber que eu não passo sem um chá earl grey que, como já devem saber (quanto mais não seja por serem leitores fiéis deste blogue), é chá preto aromatizado com bergamota, chega à palavra e sublinha-a com a lagartinha encarnada: bergamota? Erro: deve querer dizer "vergasta", "vergamos", "barganha" ou "bengalita". Parece que é parvo...
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Lealdade
Tenho por velho hábito escrever nos livros novos o meu nome, a data e as circunstâncias em que me vieram parar às mãos. Será da minha parte, talvez, uma tentativa sofrível de criar neles alguma identidade, deixar para o futuro um pequeno registo da vida que começa para cada novo livro. E confesso que, a cada vez que estreio essa folha branca, antes do início do texto propriamente dito, sinto um prazer infantil.
Há dois dias comecei a ler um "novo" livro. Quando o abri e vi a minha assinatura pueril, cuja caligrafia mal reconheço, e a data em que o comprei, mal pude acreditar: 1994! E aqui ando eu a lê-lo, quase vinte anos depois.
Durante todos esss anos, "A Religiosa", de Diderot, tem estado, nobre e pacientemente, à espera de me revelar a sua história. Assistiu a cinco mudanças de casa, às voltas e reviravoltas que a minha vida sofreu, como um amigo silencioso e compreensivo. Agora está, por poucos dias, pousado na minha mesa de cabeceira; e é nas horas de leitura antes de dormir que se abre, enfim, no meu colo, entre as minhas mãos. Em breve irá regressar à estante, entre os "Ensaios" de Montaigne e "A Educação Sentimental" de Flaubert, sem um queixume, porque os livros são assim, leais como cães.
Há dois dias comecei a ler um "novo" livro. Quando o abri e vi a minha assinatura pueril, cuja caligrafia mal reconheço, e a data em que o comprei, mal pude acreditar: 1994! E aqui ando eu a lê-lo, quase vinte anos depois.
Durante todos esss anos, "A Religiosa", de Diderot, tem estado, nobre e pacientemente, à espera de me revelar a sua história. Assistiu a cinco mudanças de casa, às voltas e reviravoltas que a minha vida sofreu, como um amigo silencioso e compreensivo. Agora está, por poucos dias, pousado na minha mesa de cabeceira; e é nas horas de leitura antes de dormir que se abre, enfim, no meu colo, entre as minhas mãos. Em breve irá regressar à estante, entre os "Ensaios" de Montaigne e "A Educação Sentimental" de Flaubert, sem um queixume, porque os livros são assim, leais como cães.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Qualidade
Qualidade é, por exemplo, isto. Quando é bom, é bom. Tudo. E é assim, gravado ao vivo, tudo ao molho, porque quem sabe sabe e faz. bem. Até dá gosto ouvir até ao fim. E é impossível não acabar a balançar na cadeira :) Enjoy.
sábado, 19 de outubro de 2013
Filosofices IX
Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...
O
contrário de “cadafalso” é “cadaverdadeiro”?
Porque
é que certos insultos se dizem no feminino? Porque é que não posso dizer que
aquele tipo é um idioto? Um besto? Um hipócrito?
E se
“venerar” significa “idolatrar”, devo venerar as doenças venéreas?
E
por é que cavala e cavalinha são nomes de peixe, se as primeiras não são
casadas com o cavalo, e as segundas não são irmãs de um cavalinho?
A
lei da gravidade é grave? Se um problema é de grande gravidade, quer dizer que
se agarra ao chão e não cai?
Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.
(Gostaram? Pesquisem na etiqueta "filosofices", à vossa esquerda, para leram mais. Ou então no site GAVETAS E GAVETINHAS, onde tenho algumas delas mais bem arrumadas, nas "gavetas do meio")
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
O Outono desprendendo-se dos dedos
Na sessão de despedida do curso "O Outono na ponta dos dedos" ninguém escreveu. A manhã foi dedicada à leitura e comentários aos contos nascidos nas últimas duas semanas mas, no fim, decidimos marcar uma sessão extra, pois quem corre por gosto não deseja terminar a corrida tão cedo. A Marília trouxe um bolo-rei da Baixa lisboeta, doce de maçã caseiro e bolachinhas. Eu fiz uma fornada de biscoitos e o inevitável chá Earl grey. Conversámos muito, trabalhámos pouco, mas terminámos a sessão da melhor maneira, lendo, de forma partilhada entre todas e por feliz sugestão da Maria João, o conto "As crianças ficam", de Alice Munro, que acabou de ser galardoada com o prémio Nobel. A despedida, à porta, foi longa, uma lamechice. O dia cinzento não nos roubou o calor da alma. Bem hajam, meninas, pela entrega e por ficarem assim, renitentes, sem deixarem que o Outono se deprenda dos vossos dedos.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Alice Munro
Oiçam esta conversa maravilhosa e fiquem a conhecer um pouco da senhora contista que acabou de ser galardoada com o Nobel da Literatura :)
Os livros? Excelentes. Eu adoro contos, género que, infelizmente, é considerado mau negócio no ramo editorial, porque a malta gosta é de romances.
Ah, e eu gosto de acreditar que somos parentes afastadas, pois tenho o apelido Munro na minha árvore genealógica :) Parabéns, prima!!!
terça-feira, 8 de outubro de 2013
encruzilhadas
Não sei se vá, se fique, se siga por aqui ou por ali; se por aqui irei lá dar, se por ali será melhor; se é pior; se chego ao destino ou me perco de vez, se há um caminho traçado que me conduza até lá; se tudo é ilusão de óptica e o destino um mergulho em águas frias, a dizer bem feito, eu bem te disse para não ires por ali; castigo pelas minhas teimosias; justiça pelos sonhos de um caminhante sem orientação, perdido em infinitas possibilidades de atingir o que decerto é impossível.
domingo, 6 de outubro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Rosário Ferreira Alves
dia após dia
a noite
a equilibrar-se na corda bamba
da tua voz
-
nas mãos transportas as candeias
que me pendem do olhar
eis um tempo esquartilhado
com a fundura de uma dor cavada
em túneis sob a pele
-
debruado com as tuas raízes de árvore
e ramos maculados de sal
o ar
não te tem sido de fácil digestão
-
ao tempo de inspirar
as pálpebras caem
com estrondo sobre o rosto
e não há lugar sob as unhas
para guardar os sóis de outras primaveras
depois que a rede me seja cama
aguardo-te
do outro lado da corda
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