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domingo, 11 de março de 2018

Filosofices XI

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

Normal-Anormal são antónimos, isso é fácil. Então se alguém atrai é fiel, porque não trai? Se trair é o inverso se atrair, será que trai porque é repelente? 

E o contrário de corpulento será corpurápido?

E o expoente é um poente reformado? E o expoente máximo, é quando o sol já não se põe e isso é o máximo, porque há sempre sol?

E isso de nos sentirmos preenchidos nunca percebi muito bem. Pois se preencher é antes de encher, uma pessoa afirmar que se sente preenchida deveria significar que está quase farta, ou não é?

Depois há essa palavra para os negócios com roupas à mistura, só pode, porque investir é vestir por dentro, pronto, é vestir a roupa interior, e o desinvestimento é bem capaz de ser quando despimos as roupas da parte de dentro. Se bem que as roupas de fora têm de sair primeiro...deve ser para isso que inventaram os descobrimentos.

E acho que quando estamos muito porcos, e acontece tomarmos um banho e sairmos ainda um bocadinho sujos, devíamos dizer que vamos ao rebanho.

Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

Gostaram? Se quiserem mais, basta escolher a etiqueta ou palavra-chave "Filosofices", ou visitarem o meu site Gavetas e Gavetinhas

sábado, 14 de novembro de 2015

Filosofices X

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

Se «pedregulho» vem de «pedra», porque é que não é «pedragulho»? E se escrevemos «braguilha», por que dizemos nós «breguilha»? Ou vá, porque não passamos a escrever «breguilha» E«muinto»? Quem é que diz «mui»? Isto mói, pois mói-me muinto o juízo.


Importar
Eu não me importo. Ok, até aí, a malta entende. E o contrário? Eu não me exporto?
Se o "importante" é "o que importa", o que exporta não deveria ser o "exportante"?

Por que é que dizemos que um anjo tem "asas", se depois lhe chamamos um "ser alado"? Então não devia ser "asado"? Ou então dizíamos que os pássaros e os anjos têm "alas", não é? Eu fico completamente desasada com isto... ou desalada? Que é uma salada, é.

E digam-me: se "falecer" é morrer, por que é que "desfalecer" não é nascer? É que desfaleço com estas dúvidas! Ou será que volto a nascer? Eu sei lá, eu cá não sei!

Só mais uma, para acabar: 
Se uma "livraria" vende livros, por que é que não lhe chamam "livroria". Estão a ver? Não me livro destas confusões, livra! 
Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.
(Gostaram? Pesquisem na etiqueta "filosofices", para lerem mais, ou então no site GAVETAS E GAVETINHAS, onde tenho algumas delas mais bem arrumadas, nas "gavetas do meio" :-)
Para festejar a décima série de Filosofices, esta é dedicada às minhas queridas amigas Bé e Stella. :-) :-)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Anginas

Anginas - será o plural feminino de "anjo"? Não me parece justo.
I wonder, nestes dias de frio e de chuva. Cuidem-se, que os anjos também se constipam e, ao ficarem de cama, não podem cuidar de todos nós.

sábado, 19 de outubro de 2013

Filosofices IX

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

O contrário de “cadafalso” é “cadaverdadeiro”?

Porque é que certos insultos se dizem no feminino? Porque é que não posso dizer que aquele tipo é um idioto? Um besto? Um hipócrito?

E se “venerar” significa “idolatrar”, devo venerar as doenças venéreas?

E por é que cavala e cavalinha são nomes de peixe, se as primeiras não são casadas com o cavalo, e as segundas não são irmãs de um cavalinho?

A lei da gravidade é grave? Se um problema é de grande gravidade, quer dizer que se agarra ao chão e não cai?

Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

(Gostaram? Pesquisem na etiqueta "filosofices", à vossa esquerda, para leram mais. Ou então no site GAVETAS E GAVETINHAS, onde tenho algumas delas mais bem arrumadas, nas "gavetas do meio")

domingo, 13 de janeiro de 2013

Filosofices VIII


Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

E o que é que um sardão tem a ver com uma sardinha? 
E um sardo com uma sarda? 
E um raio com uma raia?

E porquê "peixe-palhaço", se não nos faz rir e ainda por cima é tão bonito e os palhaços são tão feios?

Se eu andar à procura de alguma coisa posso dizer que estou a "procurar encontrar", ou é  um paradoxo?

Sultanas…? Porque é que as mulheres dos sultões têm nome de uvas desidratadas?

O que é “ostracizada”? Uma ostra com siso, ajuizada?


Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Filosofices VII

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

"Amador" e "amadora" quer dizer "o que ama", certo? Então e se eu amar a minha profissão, posso dizer que sou uma profissional amadora? Uma...amadora profissional...?

Se "apartar" significa "afastar" ou "separar" quer dizer que quem vive num apartamento vive separado? Então e dizer que "vivem juntos num apartamento" não é confuso?


Os verbos parar, partir e parir baralham-me muito. Se eu quiser usar estes três verbos numa frase torna-se confuso, querem ver?

Eu partirei eu busca de aventuras, partirei um prato e parirei um filho.
Um parto, não páro, entre partos.
Eu paro sem parar, apartando a paragem.
Eu páro e parada, pronta para parir antes de partir, partidas àparte, paro, mas vou parar de parir para poder partir. percebem o que quero dizer? É complicado...

Porquê “cor de rosa”, se há rosas brancas, amarelas e vermelhas?
E porque é que chamam lagarta à lagarta, se ela não é a mulher do lagarto? E a lagartixa, por acaso é filha da lagarta e do lagarto? Não é, não senhor!

Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

(pesquise em "Filosofices", para mais)

sexta-feira, 30 de março de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Escolhas



O primeiro dia de um ano novo representa, de certa forma, um qualquer Recomeço. Uma desculpa como outra qualquer para tomarmos resoluções que nos aproximem um pouco mais de um modelo de Perfeição, segundo defendiam os filósofos na Antiga Grécia. Ficarmos mais perto de sermos perfeitos, cumprir o conceito de felicidade que cada um construiu. 
Vamos acreditar que 2012 será um ano de viragem rumo a ventos mais favoráveis. 
A vida será sempre o que fizermos dela, independentemente do que nos acontece. A cada manhã, ainda deitados na cama, podemos perguntar-nos: e hoje, vou sentir-me miserável com os meus problemas, encher-me de auto-comiseração, ou vou escolher arregaçar mangas, pôr um sorriso na cara e procurar uma luz que me ilumine? A luz e as sombras aguardam-nos a cada esquina dos nossos passos. Sempre assim foi e sempre será. Seremos aquele que aceita, que caminha em direção à brancura de uma manhã limpa, sem desistir, sem se abater, ou aquele que se afunda num pântano de escuridão, desistente, amargurado?
Todos os passos são de encruzilhada. Que espécie de caminhantes seremos nós?

domingo, 14 de agosto de 2011

Universo

Um verso apenas
Para enumerar as paixões
Para chorar nossas penas
Ou quebrar ilusões
Um verso só
Músculo ínfimo
Minúsculo, íntimo
Transformado em pó
Se no início era o verbo
E nele existe movimento
Em quietude me pergunto
Será o inverso o fim?
Neste meu pensamento
Inscrevi um mundo imerso
Com uma palavra apenas
Fiz nascer algo perverso
Um verso apenas
Um verso só
Eis o meu solitário 
Universo


(VERA DE VILHENA)

sábado, 16 de julho de 2011

duelo gramático

Meu, um velho pronome, estava velho e gasto. E andava sempre mal disposto, pois ninguém respeitava o seu nome. Um dia cruzou-se com um substantivo freak, que com um sorriso de quem está bem na vida lhe perguntou:

- Oi, meu. Tudo bem?
- Não te conheço. Como é que sabes o meu nome? Como é que te chamas?
- Calma, meu. Tu és o meu amigo. Certo? Tá-se bem.
- Chamas-te Calma? Ok, Calma. Sim, eu sou o Meu. Mas diz-me lá, porra, COMO É QUE TU SABIAS O MEU NOME? O nome é MEU!
- Ah, tá-se bem. O teu nome é Meu.
- O raio que é teu, Calma! O nome é meu! É MEU OUVISTE?
- A malta assim não se entende, meu. Deixa-me apresentar-me...
- Ai pois não nos entendemos, não! Mas então não te chamas Calma?
- Não, pá. Onde é que foste buscar essa ideia, meu?
- Quando eu te perguntei como é que te chamavas, respondeste-me "Calma, meu".
- Aaah, já percebi. Nessa altura ainda não sabia o teu nome. Estava só a dizer-te para teres calma, meu.
- Ah, também já percebi. E já vi que tens a mania de terminar as frases com o meu nome.
- Ya, meu. Tá-se bem.
Meu suspira e responde, algo envergonhado:
- E afinal como é que te chamas? És um substantivo, certo?
- Sou, mas não sou lá muito certo...!
Riem-se agora os dois. E o substantivo responde.
- Sou o Amenidade. Mas todos me tratam por Amen.
- Boa. Hey-man!
- Vês, Meu? Já estás mais na boa, assim tá melhor. E tens de aprender a ser menos possessivo, meu. Mudar essa tua natureza.
- Amen.
- Sim...?
- Sim o quê?
- Ias a dizer-me alguma coisa?
- Não, estava só a concordar contigo.
- Ah. Tá-se bem, meu.
- Tá-se.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Filosofices VI

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

Se eu te tratar por tu consigo dizer contigo, mas se o tratasse por você tinha de conseguir dizer consigo?

Porque é que os segundos do relógio não se chamam terceiros? Em primeiro lugar, vêm as horas; em segundo, os minutos; em terceiro, os segundos, ou não é? Então, pronto, chamavam horas às horas, primeiros aos minutos e aí, sim, fazia sentido chamar segundos aos segundos…digo eu.

Porque é que as prisões não se chamam “detergente”, se detêm gente? E o detergente propriamente dito, não devia chamar-se deternódoas ou detersujo? São coisas que não consigo perceber.

Não gosto de caçadores, mas gostava que os homens caçassem a dor. isso é que era, não era?

Já uma vez falei das ameias e dos merlões chanfrados - que parecem doidos, mas não são - e continuo sem perceber: porque é que as ameias se chamam assim? Eram partilhadas pelos seteiros? Dois em cada buraco, a meias? E já agora, porque é que as meias dão a entender que se ficam por metades, se são uma peça inteira? Há meias desirmanadas…podemos dizer então que são quartas? Se eu dissesse “perdi uma quarta”, todos entenderiam, certo? É tudo uma questão de lógica, acho eu. Mas se alguém me perguntar se eu gostei das meias que me ofereceu, posso sempre responder: “amei-as!”

E o verbo "demonstrar" é tirar o monstro?

Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

(pesquise em "Filosofices" I, II, III, IV e V para mais)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Filosofices V

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

Versão é um verso muito grande?

Uma cancela cancela o quê?

E porque é que o penteado é tão parecido com o enteado, se não tem nada a ver? Ou tem...? Pente, de pentear? Pentear o enteado? Não percebo quem patenteou isto.

Se disser que estou renitente é porque sofro de uma crise de renite?

E se os preços não forem grande coisa, podemos dizer que é um preçário precário?

A mim é-me indiferente que o "eme" seja Maiúsculo ou minúsculo, jáime les mots, mas sempre ouvi dizer que o tamanho não é importante, que se geme à mesma.

Se me falares em despiste automóvel quer dizer que o deixaste nú? Vestiste o vestido é um pleonasmo? Despiste é verbo ou substantivo? Ai, não percebo nada.

E as ameias e merlões dos castelos? Isso então é que é mesmo confuso: os merlões, se forem cortados em bico, chamam-se merlões chanfrados, o que é de loucos, e nunca tive a certeza se as ameias eram a meias ou não...

Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

(pesquise em "Filosofices" I, II, III e IV para mais)

domingo, 13 de junho de 2010

Desenhar, eu?

Tenho uma aluna maravilhosa, de idade já respeitável, que se ofereceu para me ensinar a desenhar, em troca do que tenho partilhado no curso de escrita, que está a decorrer na Ericeira . E que bem que ela desenha: de forma tão simples, uma ternura. Que belos são os seus olhos, que vêem assim. Não seria estupendo aprender essa arte e conseguir, um dia, ilustrar os meus próprios contos, ilustrar, até, a minha vida, como sempre fiz com as palavras? Será que eu consigo? Será que é verdade que todos podem fazê-lo, se aprenderem? Será que eu aprendo...? Será que me atrevo a aceitar o desafio e uma oferta tão generosa? Só a ideia já me reconforta. Uma luz inquieta, um sonho a rodopiar à volta do meu coração, como um diabrete atrevido. Obrigada, Ana, só por isso. Para já.
Ilustração: "da minha janela com andorinhas do mar", ANA CAMPOGRANDE, blog da autora aqui

terça-feira, 25 de maio de 2010

Insónia

4.22 da manhã. Dei por mim a ver videos do Bugs Bunny, do Helmer Fudd, do Daffy Duck, do Coyote. Até que dei com este, que me fez pensar: se deixamos que um só sonho se torne a razão de ser da nossa existência, que fazer, quando ele um dia se realiza? Obrigada, Nanã. Enjoy.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Filosofices IV

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...

O que é que a palavra “tornozelo” tem a ver com “torno” e com “zelo”? Nada, não é? Então porque é que as juntaram? Às vezes parece que já não sabem que palavras hão-de inventar e começam a coser duas a duas, ao acaso:
“Pescoço” (coço os pés?)
“Moldura” (afinal, é mole ou é dura?)
“Barbaridade” (pôr barbas à idade? Uma idade bárbara?)
“Debalde” (e esfregona….?)
Caravela (ver a cara? Velar pela cara? Uma vela em forma de cara?)

Se respiramos com o peito, porque é que não usamos o verbo “respeitar”? Inspeita...expeita…inspeita…expeita. Respiro pelas palavras, perdão, haja respeito pelas palavras.

Se dizemos “almofada” e pomos os dentes debaixo dela, para a fada dos dentes, então porque é que não chamamos ao travesseiro, que é o macho, um “almoelfo”? Se não pudesse ser, ao menos, em vez de travesseiro, chamassem-lhe atravessador. É que é um objecto que dificilmente faz travessuras…ou faz e eu não sei? Então pronto, almofauno – que esses, os faunos, são bem mais travessos…

Se eu não tivesse encarnado, a minha alma morria? Não, ia buscar uma cor parecida, o cor-de-laranja ou o rosa, e misturava-lhe um bocadinho de luto.

Porque é que dizem que uma mulher está de saltos altos se ela, empoleirada em sapatos desses, tem tanta dificuldade em dar saltos? Muito menos, altos!

Ter unhas encravadas é termos flores a nascer-nos nos pés? E espremer um cravo, é torturá-lo até que ele nos confesse quantas abelhas é que conhece? É apertar-lhe as pétalas até que denuncie os seus companheiros? É tocar uma melodia num cravo, espremer-lhe as notas? Cravar dinheiro? Desculpem lá, mas é tudo muito complicado.
Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Filosofices III

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...
Porque é que aplicamos a expressão “proferiu estas palavras”, a qualquer pessoa que fala? Não acham que o verbo "proferir" devia ter uma tabuleta a dizer “reservado a profetas”? Ou quer dizer que, só por falarmos, somos profetas? Eu proferia que respeitassem mais os profetas.

Arvorar é plantar uma árvore? Alvorar é apontar ao alvo? É que há coisas que parece que são, mas depois não são, não vale, como a palavra bucólica, que parece uma cólica de susto. Bu!-cólica.

Se engomarmos um relógio, podemos dizer que estamos a passar o tempo?

Os supositórios não deveriam chamar-se antes ANALgésicos? E os supositórios, suponhamos…púnhamos na boca ou no nariz, por exemplo.

Desfrutar, é arrancar os frutos às árvores? E desmanchar, é tirar a nódoa?

Porque é que um desmancha-prazeres é aquele que dá cabo deles? Não deveria dizer-se, em vez disso, mancha-prazeres? Senão, lá está, parece que é alguém que tira a mancha aos prazeres. Não acham isso esquisito? É o que está a dizer, ou não é?
E se eu não sofrer de incontinência, significa que sou continente? Então e se um militar fizer continência, significa que segura o xixi que nem um valente?

Se trautear uma canção é cantarolá-la em lá-lá-lá, então porque é que não usam o verbo Lalalar, que é muito mais adequado? Trau, parece que está a dar porrada à canção, não parece? Bom, em muitos casos isso é verdade, lá isso…lálálá...

Se eu disser que me estou a lixar, quer dizer que me estou a enfiar no caixote do lixo?
- Olha, VAI-TE LIXAR! Sim, é um insulto suficientemente mal cheiroso, desejar ao outro que se atire para dentro de um caixote com cascas de cebola, pontas de cigarro e lenços ranhosos. Bem feito.
Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Será

Às vezes a nossa pena é uma varinha de condão. A tinta das palavras empurra a realidade e fá-la acontecer. Ou será que as palavras apenas se adiantam? Servirão elas para preencher um esboço que nos esperava, e tornar evidente o que antes era invisível? Serão as palavras uma desculpa para as nossas vontades?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Filosofices II

Se eu voltasse a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura não me lembrei. Agora que sou crescida, já não dá.

A gente sabe que a pontuação pode mudar o sentido à frase, aprendemos isso na escola, mas ninguém se lembra que a ordem das palavras também é muito importante: se eu disser que vi imensas dunas, não quer dizer que as dunas sejam imensas. Pode ser a diferença entre estar a falar das dunas do Sahara ou das dunas da Costa da Caparica e depois ainda passo por mentirosa e não é justo. E o mesmo vale para as meninas ricas, que podem estar bem longe de ser umas ricas meninas, pois, pois.

Também tenho outra dúvida: se na vida só ligarmos ao que o corpo pede, e nos ficarmos pela satisfação interna, será que vivemos em eterna insatisfação? É que depois a cabeça vai e queixa-se de falta de atenções, não é? E com razão, acho eu.
E depois também podia brincar um bocadinho com o decorar e escrever um poema ao meu primeiro namorado, a dizer: decorei os teus versos / e com eles decorei o meu coração, ou qualquer coisa pirosa assim; ou então prosa pirosa, que... olha, reparei agora, uma tem um "i" e a outra não e são duas coisas tão diferentes, pois é?

E depois há aquilo dos advérbios de modo: se eu disser fantasmagoricamente, quem me ouvir pode pensar que eu estou a falar de uma mente fantasmagórica e lá vão achar que eu estou a dizer disparates.
Há coisas assim, muito complicadas.

Outra palavra que eu não percebo é o bruxuleante: alguém me diz se ela vem dos bruxos, das bruxas ? Quer dizer que alguém oscila entre coisas da bruxaria?

E essa coisa de estar melancólica, tem alguma coisa a ver com cólicas e com melões? É que se não tem, não sei porque e que brincam com as pessoas!

E sempre achei a história do aterrar muito esquisita: aterrar um avião quer dizer assustá-lo de morte? Ai não? Então e aterrar uma pessoa, é pousá-la no chão? Não me digam que não é confuso...

Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.

sábado, 30 de maio de 2009

Imaginação


A Imaginação é o que poderia ser, se valesse tudo.

(Imagem: quadro de Salvador Dalí)