Agora que estamos prestes a despedir-nos de 2012, aqui fica um conjunto de excelentes imagens que nos fazem sorrir, muitas delas com tristeza, soltando suspiros. poderia ter sido melhor? Sim, bem melhor. Foi o que foi...e muito bem captado.
Agência Lusa Imagens 2012Não se deixem enganar pelas riscas cor-de-rosa. Os dias são (d)escritos com todas as cores.
domingo, 30 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Filosofices VII
Se eu voltasse
a ser uma criança, havia de querer fazer uma série de perguntas que na altura
não me ocorreram. Agora que sou crescida, até parece mal, mas mal que pergunte...
"Amador" e "amadora" quer dizer "o que ama", certo? Então e se eu amar a minha profissão, posso dizer que sou uma profissional amadora? Uma...amadora profissional...?
Se "apartar" significa "afastar" ou "separar" quer dizer que quem vive num apartamento vive separado? Então e dizer que "vivem juntos num apartamento" não é confuso?
Os verbos parar, partir e parir baralham-me muito. Se eu quiser usar estes três verbos numa frase torna-se confuso, querem ver?
Eu
partirei eu busca de aventuras, partirei um prato e parirei um filho.
Um
parto, não páro, entre partos.
Eu
paro sem parar, apartando a paragem.
Eu páro e parada, pronta para parir antes de partir, partidas àparte, paro, mas vou parar de parir para poder partir. percebem o que quero dizer? É complicado...
Porquê “cor de rosa”, se há rosas brancas, amarelas e vermelhas?
Pronto, isto era o que eu perguntava se fosse criança, mas agora sou crescida, já não dá.
(pesquise em "Filosofices", para mais)
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Ericeira
© Nanã Sousa Dias |
Há dois dias fechada em casa, aceitei o convite para ir beber um cafezinho à Ericeira. A esplanada sobre o mar quase cheia, nesta tarde de sol invernoso. Inúmeros casais fazendo jogging ou passeando-se com cães e crianças de carrinho, putos atravessando de skate o pavimento de madeira, gaivotas planando sobre as nossas cabeças, a fazer-nos inveja. Não fosse o sol sem calor, nestes últimos dias do ano, pareceria uma tarde de verão. Há uma atmosfera estranha que confirma o fim de algo indefinível. A luz, esta luminosidade espantosa que o Nanã captou ao poente, dá-nos, no entanto, uma certa paz, quase beatitude. A perfeição é feita de pequenas coisas.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Simfonias e sintonias
Ontem, depois de um pequeno almoço tardio, estreei uma chávena natalícia com café bem forte e fui caminhar. O lugar onde moro é assim, como o desta imagem, a estrada de Dezembro por onde caminho encontra-se orlada de azedas vindas da chuva, a paisagem clorofilina está salpicada de casinhotas e flores silvestres. Os caixotes de lixo quase não têm cheiro, ficaram hoje apinhados de caixas e papeis de embrulho festivos, pontas lustrosas de laçarotes penduradas, como que despedindo-se da festa. Passo por modestos rebanhos de automóveis junto às casas anfitriãs, por gente encostada à ombreira das portas, que ainda me deseja "boas festas!", consolada com a noite da Consoada, a dar continuação ao festim da noite anterior. Adivinho as decorações da época, as travessas compostas com as sobras, mais um prato de cabrito ou de bacalhau a estrear, os fornos ainda quentes, os bolos e tortas, as fatias douradas e filhoses já frias, a toalha de renda com nódoas de vinho tinto e de licores.
Na estrada, o silêncio. Conto apenas cinco automóveis, que passam por mim mansamente, com o ronronar dos seus motores. Caminho acompanhada pelo Sting e a Orquestra Filarmónica de Berlim, o álbum "Symphonicities". Ao som de "When We Dance", escuto um galo que canta preguiçoso à minha passagem, a mostrar serviço. Nem os cães ladram, com a indolência da ressaca. Como realizadores, os meus olhos redescobrem a paisagem, confortados pela ternura do sol. A orquestra nos meus ouvidos, generosa em instrumentos de corda e percussão, trompas, flautas e oboés soprando em surdina, transforma-se na banda sonora deste meu filme campestre, que poderia ter acontecido num palmo de terra irlandesa, como o da avó paterna de Sting.
Na estrada, o silêncio. Conto apenas cinco automóveis, que passam por mim mansamente, com o ronronar dos seus motores. Caminho acompanhada pelo Sting e a Orquestra Filarmónica de Berlim, o álbum "Symphonicities". Ao som de "When We Dance", escuto um galo que canta preguiçoso à minha passagem, a mostrar serviço. Nem os cães ladram, com a indolência da ressaca. Como realizadores, os meus olhos redescobrem a paisagem, confortados pela ternura do sol. A orquestra nos meus ouvidos, generosa em instrumentos de corda e percussão, trompas, flautas e oboés soprando em surdina, transforma-se na banda sonora deste meu filme campestre, que poderia ter acontecido num palmo de terra irlandesa, como o da avó paterna de Sting.
Chego a casa em sintomia perfeita escutando "The Pirate's Bride", o tema que encerra o álbum.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Rhema Marvanne
Gosto sempre de descobrir vozes surpreendentes e que me toquem no fundo do peito. Nos últimos 2 Natais partilhei aqui convosco o "First Noel" cantado por um adolescente, gravado por ele em multi-pistas, a cappella. Adoro aquilo! Este ano, deixo-vos com uma menina que tem 7 anos (sim, 7!) e canta ASSIM!!!!!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Eartha Kitt
Escolhi este video por causa da distância a que está de tudo: dos dias de hoje, das nossas urgências, do nosso futuro. Um video que se arruma tão longe, tão longe, que é quase o canto do cisne, o encerrar de um capítulo que inaugura um outro. Não é de descapotáveis, roupas novas, jóias ou cheques que precisamos, como sabem. E por isso ele é irresistível, bizarro, cómico. E muito a propósito, por toda a nostalgia que encerra.
FELIZ NATAL A TODOS, que vos seja leve, com o que mais importa.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Les Intouchables
Dia cinzento lá fora, dedicado a limpezas e arrumações, alguma revisão de texto e, claro, usufruir da companhia preciosa do meu filhote. Dedicámos parte da tarde a ver o filme “Les intouchables” ("Amigos Improváveis"). Excelente, dou-lhe todas as estrelas que tenho, porque ele tem tudo, do drama à comédia, toca-nos profundamente. Argumento muito bom (Olivier Nakache e Eric Toledano, ambos também os realizadores do filme), actuações admiráveis de ambos os protagonistas (François Cluset e Omar Sy).
Baseado num caso verídico, este filme conta a história de amizade entre um aristocrata milionário paraplégico e um ex-presidiário (de raça branca na realidade, mas aqui interpretado por um belo senegalês), cujos serviços amadores são contratados à experiência. É impossível resistir. Um filme inspirador.
Baseado num caso verídico, este filme conta a história de amizade entre um aristocrata milionário paraplégico e um ex-presidiário (de raça branca na realidade, mas aqui interpretado por um belo senegalês), cujos serviços amadores são contratados à experiência. É impossível resistir. Um filme inspirador.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Fim do mundo
Carta de uma dona de casa inconsciente:
Exmo. Sr. Fim do Mundo:
Bom, parece que isto acaba amanhã, 21/12/12.
Então...adeus.
Gostei muito deste bocadinho. Quero dizer, houve alguns bocadinhos de que gostei só assim-assim. Outros mesmo nada, nada.
Dê-me aí uma ajudinha, porque não sei lá muito bem o que fazer nestas ocasiões.
Dê-me aí uma ajudinha, porque não sei lá muito bem o que fazer nestas ocasiões.
Deixa ver...
Ver se me lembro de tirar a roupa da corda e os frescos do frigorífico, para não estragar. E conferir que não ficou nada ao lume nem radiadores acesos ou torneiras a pingar. É preciso poupar, já se sabe. Não, espera, estou a pensar nas contas...já não vou ter que pagar contas! Nem a prestação da casa! Olha que fixe. Bem, até parece que ia conseguir pagá-la, tá bem, tá. Assim até dá a ideia que a coisa ia, ninguém vai saber. Melhor, não passo vergonhas.
Então...e as cartas do IRS e da Segurança Social, que tão simpaticamente fizeram questão de me enviar, neste mês de Dezembro? Como é que ficam? Deito-as fora, não me preocupo mais com aquilo...? As ameaças pareciam sérias... irão eles penhorar-me a morte? Será que tiveram em conta o fim do mundo quando mas enviaram? E os cães, com quem é que deixo? Com a vizinha não, que tem andado para o constipadita. E ainda por cima é uma parva, sempre a dizer para eu não deixar os cães fugir para o quintal dela. Nah. Olha, solto-os. Ficam para aí todos felizes, a comer restos, a saltitar entre os destroços.
Deixa ver mais...ehhh...
O correio! Olha, peço para encaminharem para casa dos meus pais, que o fim do mundo não chega lá. No fim do mundo já vivem eles há que tempos e ainda cá estão, graças a deus.
E o lixo? Não me posso esquecer de despejar o lixo e ir ao ecoponto levar este montão de garrafas. É preciso deixar as coisas mais ou menos em ordem, para quando o mundo puder recomeçar.
........ hmmm......
Bolas, acabei por não emoldurar aquelas fotografias e o muro lá de fora, olha, fica por pintar...isto de adiar indefinidamente tem este problema.
Bom, então até uma próxima oportunidade!
P.S. Ah, já agora, o senhor podia-me dizer a que horas é que começa o evento? É que sabe, dava-me jeito ter a manhã livre...
Bom, então até uma próxima oportunidade!
P.S. Ah, já agora, o senhor podia-me dizer a que horas é que começa o evento? É que sabe, dava-me jeito ter a manhã livre...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Vila Nova de Milfontes
Quatro dias aqui, vistos pelos olhos (e máquina) do meu marido.
Sábado e domingo em modo de "trabalho", cantando reportório de natal com o Nanã, o Manel Jorge e a Elsie: crianças a correr, as mesas cheias, os copos que tilintam, a troca de presentes, o riso, as conversas animadas pelo esvaziar de muitas garrafas de branco e tinto.
O resto do Domingo, segunda-feira e terça foram consumidos com o espírito do lazer: leitura (Inês Pedrosa, Dentro de ti ver o mar), passeios pedestres, refeições bem servidas, um jantar oferecido no restaurante "Conversas com o Sal", que recomendo vivamente (salmão com molho de maracujá, bife de lombo com molho roquefort e lombo com vinho tinto e ervas aromáticas).
Foram dias abençoados sem noticiários, sem a realidade de todos os dias. E ficou apalavrado um regresso em janeiro, olha que sorte. É bom podermos dar, como moeda de troca, aquilo que sabemos fazer. É talvez a única forma de usufruir de uma espécie de férias. O que já não é nada mau. Nada mesmo.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
ups
Data curiosa, a de hoje.
E olhem, estava equivocada. Afinal, parece que o fim do mundo é só a 21. Ups.
12-12-12
E olhem, estava equivocada. Afinal, parece que o fim do mundo é só a 21. Ups.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Adeus, Sr. Niemeyer
«A Humanidade precisa de sonhos para suportar a miséria; nem que seja por um instante.»
«Não é a linha reta, dura e inflexível, feita pelo homem, que me atrai. O que me chama a atenção é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, nas margens dos seus rios, nas nuvens do céu e nas ondas do mar. O universo está cheio de curvas, um universo de Einstein.»
«Às vezes, você tem de botar a razão de lado e fazer uma coisa bonita.
»
"Estou me lixandro para o cliente."
(OSCAR NIEMEYER)
«Não é a linha reta, dura e inflexível, feita pelo homem, que me atrai. O que me chama a atenção é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, nas margens dos seus rios, nas nuvens do céu e nas ondas do mar. O universo está cheio de curvas, um universo de Einstein.»
«Às vezes, você tem de botar a razão de lado e fazer uma coisa bonita.
"Estou me lixandro para o cliente."
(OSCAR NIEMEYER)
Tendo em conta a última frase, não posso deixar de pensar que o espantoso está precisamente aí: pensar fora da caixa, sem se preocupar com o que os outros irão pensar, fazendo aquilo que sai do seu imenso talento. Não é para todos, mas ainda bem que assim foi, ou não teria deixado obras como estas:
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Prémios Literários
Prémios Fernando Namora e Agustina Bessa-Luís entregues hoje a Gonçalo M. Tavares e Tiago Patrício. A obra premiada de Gonçalo M. Tavares foi "Uma Viagem à Índia", tendo o júri destacado "a maneira inovadora como o autor explora as relações entre a forma romance e a matriz épica, bem como a hábil trama narrativa e a estruturação da ação". Tiago Patrício venceu com o romance "Trás-os-Montes", tendo o júri salientado "as qualidades de escrita reportadas à dureza de um universo infantil numa aldeia de Trás-os-Montes, e à maneira como o estilo narrativo encontra uma sugestiva economia na expressão e comportamentos das personagens".
Ambos os prémios são no valor de 25 mil euros.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Era uma vez...
...depois crescemos, desiludidos, e vamos azedando, expulsando a criança que há em nós.
...depois choramos a criança perdida, ansiando por recuperar o sonho e a própria capacidade de sonhar
...depois geramos as nossas próprias crianças, que geram as suas próprias crianças
...depois pomos os sobrinhos, os filhos, os netos ao colo e, com um livro nas mãos, sonhamos com eles:
"Era uma vez..."
E só então somos capazes de ser crianças outra vez.
Para a Maria.
Subscrever:
Mensagens (Atom)