Somos de tal forma bombardeados com campanhas, anedotas, videos e composições de texto e imagem com acompanhamento musical de fundo (muitas vezes de gosto duvidoso), que corremos o risco de ficar insensíveis a alertas como este. Já não há pachorra? Tem de haver SEMPRE pachorra. Aqueles que, por qualquer razão, calculam que não lhes será possível conciliar o tipo de vida que têm com cães ou gatos, não os deviam adquirir. Não, se mais tarde optarem por recorrer ao abandono, uma solução cruel, cobarde, egoísta. A doença grave ou a morte (nossa ou deles) são as únicas razões admissíveis para deixarmos de usufruir da sua companhia, pois constituem motivos de força maior. O resto, é impensável. Tem de ser. Soluções há muitas, se os donos se derem ao trabalho de as encontrar: fazer telefonemas para instituições, quintas, particulares; fotografá-los e divulgar a oferta na Internet; em caso de férias, fazer um pequeno sacrifício e deixá-los em hotéis próprios para animais (existem vários e são mais baratos do que se pensa, informem-se em lojas de animais, por exemplo): afinal, o custo desses quinze dias é como abdicar de uma almoçarada de marisco e, no regresso, irão encontrá-los bem de saúde, de pelo bem escovado e limpo e felizes por nos reverem. O Gaspar e o Bernardo, dois rafeiros maravilhosos, são a alegria da nossa casa e foram-nos ambos oferecidos por estranhos. Que presente tão generoso. E é só isso que os animais pedem, uma casa para morar e um pouco de amor. A recompensa é enorme, acreditem.
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