segunda-feira, 6 de setembro de 2010

sapatinhos vermelhos

Há pessoas que parecem ter calçados os sapatinhos vermelhos de Hans Christian Andersen, irresistíveis e diabólicos, que não conseguem descalçar. Então dançam, dançam sem parar, até tombarem exaustos, vítimas da sua excessiva ambição e vaidade. Todos temos de calçar os nossos sapatinhos vermelhos de vez em quando e dançar, dançar sem parar, ao som do tambor, ao ritmo da valsa, até quase nos amputarem os pés, com fez o lenhador. É bom ter cuidado e não deixar que nos mutilem a alma, amputando-nos a paz, o tempo, a simplicidade das coisas puras. Dancemos sim, ao som da melodia privada e muda que cada um conhece como o rosto de um velho amigo; e quando o tambor chegar, vamos pegar nas baquetas e tocar ao ritmo que habita dentro de nós. Sapatinhos vermelhos feitos de trapos, mesmo que sem lustro, mesmo sem a cintilação evidente das coisas vistosas…mas serão os nossos sapatos e nós, os donos dos nossos passos.

Roubei as imagens aqui e aqui


2 comentários:

  1. Apesar da minha ignorância no que diz respeito á arte de bem escrever, considero que o texto está lindo! Ah, e como é claro adoro o "tema". Parabéns ;)
    Beijinho, Beatriz Ventura

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  2. Obrigada, Beatriz,é bom saber que nos lêem e apreciam.
    Beijinhos,
    Vera

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