sábado, 5 de março de 2011

Sem chão

Por vezes sente-se um solitário urso polar, sem se ter de pé, sem chão nem esperança. E à sua volta flutuam destroços de sonhos que não conseguiu agarrar, que nem tábuas de salvação foram. Onde estarão os outros? Pergunta-se. Que jangadas terão encontrado no que é para mim apenas solidão? Sem saber para onde ir, utiliza a força que lhe resta nos músculos e tendões; sem entender que para si não há finais felizes, esbraceja ao acaso, sem sorte nem jeito. As águas geladas que corta são o tempo que passa, uma imensidão implacável que a fará naufragar, se no horizonte não surgir, enfim, o chão que a salve.

1 comentário:

  1. Tantas vezes, já me senti assim: sem chão, quase a perder a esperança...mas, descobri que a tábua, onde nos agarrar está sempre algures, mesmo quando nos custa vê-la ou demora tempo a alcançá-la. Por isso, nunca devemos deixar-nos ir ao fundo, há que lutar, até vislumbrar essa tábua, onde nos vamos segurar.
    Beijinhos e bom Carnaval.

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