domingo, 22 de julho de 2012

Insónia

São 5.56 e eu aqui. O sono não compareceu ao nosso encontro. Enquanto espero, leio  homenagens a José Hermano Saraiva, biografia, poemas e pequenos textos de José Luís Peixoto; leio o diário de JLP dos 5 dias no Festival Literário de Paraty, facebooko por um tempo imoral, encho os olhos com imagens que me transportam para cenários oníricos mas, ainda  assim, os sonhos não vêm. 
À minha direita a janela vai mostrando a cor azul-pálido da minha casa branca, iluminada pelos primeiros raios de sol. No horizonte, apenas o contorno do arvoredo, os pássaros que despertam acolhendo o madrugar, a tímida mancha alaranjada, ainda sem calor. Cá de cima, sem que me vejam, espreito os cães, estendidos, dormindo sobre a tijoleira do terraço. 6.08. O despertador marcado para as 9.00. Não me parece. Mas também não me parece que vá dormir tão cedo. Sim. É tão cedo. E para mim tão tarde.
Roubei a imagem aqui

3 comentários:

  1. As insónias são tramadas, Vera! Mas ainda bem que alguém inventou as palavras para preencher os vazios.
    Beijinho grande e saudades!

    ResponderEliminar
  2. Que boa partilha, Vera. Comigo tudo começou em Dezembro 2011, quando (numa primeira vez na vida) acordo às 4:20 da manhã com o som de uma tosse que não era a minha, não era a do meu companheiro nem a do meu filho. E parecia dentro de casa... Assustei-me MUITO, como nunca antes. Era uma pessoa no meu quintal... bem ou mal intencionado, aquele ser humano desviou-se do seu passeio habitual e veio, calculo que para sempre, mudar os meus sonos.
    Agora já durmo mais calma, mas nada que se compare ao "antes". E isto deixa-me triste, porque é tão bom conseguir descansar sem que ninguém nos incomode. Mas ao lado tenho sempre uns headphones, um livro, um bloco, para ouvir, ler ou escrever. E isso deixa-me mais serena.
    JoanaMF

    ResponderEliminar