segunda-feira, 23 de julho de 2012

Versos


Em busca
Um dia luminoso dá-me todas as respostas
Que encontro melhor sem os velhos atalhos, 
Escondidas nas pedras, no caminho mais longo,
Na humidade das sombras, na esquina das ervas

Um dia de luz cega-me incertezas
Que eu semeio em reticências, em noites de lua
Nos bosques, nos becos, nas ondas, nas ruas

Fraca poesia existe no sol
Que no seu amparo nos deixa macios
Esvaídos de incógnita, vazios de porquês
Como bebés felizes, animais com o cio

No ócio do sol não me interrogo
Sou corpo, sem pensamento nem jogo
E o corpo não sofre, sem fingimento
Detém a candura de um simples momento

É na chuva, na noite, na névoa, no breu
Que tudo se aclara questionando o céu
Vã e vil conquista no que é fácil
Sem a revolta, em aceitação
Nunca um sim, a felicidade
Só a recusa, sem paz nem idade
Só a espessura
De um imenso não

(VERA DE VILHENA, 12 Março de 2012, poema inédito)

2 comentários:

  1. Um Poema perfeito, maravilhoso. Há muito que não lia um poema assim. Beijos e parabéns

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  2. Muito muito obrigada, Ana! Vindas de ti, estas palavras são enormes! :-) beijos

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